Encerrando
a série de matérias sobre o câncer, hoje o Jornal Regional Tribuna Ourinhense
vai falar sobre como surge a doença, a segunda que mais mata no país. As
células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana
celular, que é a parte mais externa; o citoplasma (o corpo da célula); e o
núcleo, que contêm os cromossomas, que, por sua vez, são compostos de genes.
Os genes
são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das
estruturas, formas e atividades das células no organismo. Toda a informação
genética encontra-se inscrita nos genes, numa “memória química – o ácido
desoxirribonucléico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as
informações para o funcionamento da célula.
Uma célula
normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação
genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber
instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em
genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípcio são inativos em
células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em
oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais.
Essas células diferentes são denominadas cancerosas. As células alteradas
passam a se comportar de forma anormal.
Elas
multiplicam-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células
normais do tecido à sua volta, invadindo-o. Geralmente, têm capacidade para
formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de
crescimento descontrolado. O acúmulo dessas células forma os tumores malignos.
Além
disso, as células adquirem a capacidade de se desprender do tumor e de migrar.
Elas invadem inicialmente os tecidos vizinhos, e podem chegar ao interior de um
vaso sanguineo ou linfático e, através desses, disseminar-se, chegando a órgãos
distantes do local onde o tumor se iniciou, formando as metástases. Dependendo
do tipo de célula do tumor, alguns dão metástases mais rápido e mais precocemente,
outros o fazem mais lentamente, ou até não o fazem.
As células
cancerosas são, geralmente, menos especializadas nas usas funções do que as
suas correspondentes normais. Conforme as células cancerosas vão substituindo
as normais. A invasão dos pulmões gera alterações respiratórias, a invasão do
cérebro pode gerar dores de cabeça, convulsões, alterações de consciente, por
exemplo.
Com o organismo se defende
No
organismo existem mecanismos de defesa naturais que o protegem das agressões
importas por diferentes agentes que entram em contato com suas diferentes
estruturas. Ao longo da vida, são produzidas células alteradas, mas esses
mecanismos de defesa possibilitam a interrupção desse processo, com sua
eliminação subseqüente. A integridade do sistema imunológico, a capacidade de
reparo do DNA danificado por agentes cancerígenos e a ação de enzimas
responsáveis pela transformação e eliminação de substâncias cancerígenas
introduzidas no corpo são exemplos de mecanismos de defesa. Esses mecanismos,
próprios do organismo, são na maioria das vezes geneticamente pré-determinados,
e variam de um indivíduo para outro. Esse fato explica a existência de vários
casos de câncer numa mesma família. Bem como o porquê de nem todo fumante
desenvolver câncer do pulmão.
O sistema
imunológico desempenha um importante papel nesse mecanismo de defesa. Ele é
constituído por um sistema de células distribuídas numa rede complexa de
órgãos, como o fígado, o baço, os gânglios linfáticos, o timo e a medula óssea,
e circulando na corrente sanguínea. Esses órgãos são denominados linfóides e
estão relacionados com o crescimento, o desenvolvimento e a distribuição das
células especializadas na defesa do corpo contra os ataques de “invasores
estranhos”. Dentre essas células, os linfócitos desempenham um papel muito
importante nas atividades do sistema imune, relacionadas às defesas no processo
de carciongênese.
Cabe aos
linfócitos a atividade de atacar as células do corpo infectadas por vírus
oncogênicos, ou seja, capazes de causar câncer, ou as células em transformação
maligna, bem como de secretar substâncias chamadas de linfocinas, responsáveis
por regular o crescimento e o amadurecimento de outras cédulas e do próprio
sistema imune. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), acredita-se que
distúrbios em sua produção ou em suas estruturas sejam causas de doenças,
principalmente do câncer.
O
Instituto ainda explica que a compreensão dos exatos mecanismos de ação do
sistema imunológico contribuirá para a elucidação de diversos pontos importantes
para o entendimento da carcinogênese e, portanto, para novas estratégias de
tratamento e de prevenção do câncer.
Processo de carcinogênese
Estágio de iniciação
É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio.
É o primeiro estágio da carcinogênese. Nele as células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Encontram-se "preparadas", ou seja, "iniciadas" para a ação de um segundo grupo de agentes que atuará no próximo estágio.
Estágio de promoção
É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas.
É o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas.
Estágio de progressão
É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença.
Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.
É o terceiro e último estágio e se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença.
Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese.