Rotina apressada e a distância entre o trabalho e a residência
fazem população comer mais vezes fora do lar
Os brasileiros estão comendo cada vez mais em restaurantes,
lanchonetes e bares. Nos últimos dez anos, houve crescimento de 292% nas vendas
da indústria de alimentos para o mercado de alimentação fora do lar. Os dados
foram publicados pela Abia (Associação Brasileira das Indústrias da
Alimentação).
Entre os fatores para a mudança de comportamento estão a rotina
apressada e a distância entre o trabalho e a residência. Segundo Flávio
Mangili, professor da pós-graduação Gestão
de Negócios em Serviços de Alimentação – foco em resultados do Senac (Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial) Bauru, estatísticas indicam que, em média,
38% das despesas mensais dos brasileiros são para alimentação fora do lar.
“O baixo nível de desemprego aumenta a renda e diminui o tempo
disponível para o deslocamento do trabalho para a casa, resultando em menos
tempo para o preparo de alimentos”, avalia o professor.
Leandro Marques Polidoro, gerente-comercial, faz parte do grupo
de pessoas que se alimentam fora de casa. Pelo tempo curto de almoço, prefere
comer próximo ao trabalho. “Às vezes tenho de resolver assuntos no banco ou
problemas da empresa. Não tenho um horário definido de almoço, por isso acho
melhor comer em restaurantes”, afirma.
Ele conta que, para não enjoar da comida, sempre procura almoçar
em estabelecimentos diferentes. “Como por quilo e também em um local que serve
prato feito. Na verdade, a segunda opção é a de que mais gosto, pois é mais
caseira e se assemelha à comida de vó”, conta.
Polidoro diz ser criterioso na seleção dos restaurantes. “A
higiene é primordial. Se vejo moscas no local, não fico, vou embora. Outro
ponto é a agilidade no serviço. Como tenho pouco tempo, escolho locais com
atendimento rápido”, diz.
De acordo com Mangili, a qualidade do atendimento é um dos itens
avaliados pelos consumidores. “As pessoas estão exigindo também um melhor
serviço, variações de cardápio, boa apresentação dos pratos, garçons cordiais e
rápidos”, afirma.