Trombectomia, consolidada em estudos internacionais, é uma cirurgia minimamente invasiva que consiste na cateterização das artérias cerebrais, com o objetivo de desentupir ou retirar um coágulo que obstrui a artéria.
O Hospital das Clínicas (HC) de Botucatu (SP) é um dos 12 hospitais do Brasil habilitados a realizar a trombectomia mecânica para tratamento de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCi), pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O procedimento, consolidado em estudos internacionais, é uma cirurgia minimamente invasiva que consiste na cateterização das artérias cerebrais, com o objetivo de desentupir ou retirar um coágulo que obstrui a artéria no momento dos sintomas do AVC.
O tratamento é recomendado para o AVC isquêmico, quando um vaso no cérebro é obstruído por um coágulo. Segundo o Ministério da Saúde, esse tipo de derrame equivale a 80% de todos os AVCs.
Uma pesquisa da Rede Nacional de Pesquisa em AVC, publicada em 2020 na ‘New England Journal of Medicine’, evidenciou ótimos resultados de redução da mortalidade e de diminuição de sequelas por AVC isquêmico, aumentando em três vezes a chance de o paciente ser independente e na recuperação de sua capacidade funcional (motora e memória), além de demonstrar a eficácia e segurança do tratamento na retirada de coágulos que podem evoluir para quadros graves.
Para o médico neurologista e coordenador da Unidade de AVC do HC de Botucatu, Rodrigo Bazan, esse é um passo fundamental para os pacientes, que até então só contavam com uma terapia clínica disponível na rede pública, a trombólise – um procedimento que utiliza medicação para dissolver o coágulo.
“Mesmo sendo mais fácil de aplicar, nem sempre a trombólise é o tratamento mais indicado. Quando os vasos são muito grandes, por exemplo, o medicamento não consegue transpassar o suficiente para dissolver o coágulo. Já a trombectomia mecânica é mais eficiente: com ela, o paciente tem menos sequelas, passa menos tempo na UTI, sai mais rápido do hospital e reinterna menos”, explica.
O resultado da habilitação vem da participação do HC de Botucatu no estudo clínico “Resilient”, realizado já alguns anos, que teve o objetivo de estudar 600 pacientes de todo o país vítimas de AVC isquêmico nas primeiras seis horas do início dos sintomas.
O estudo envolveu unidades nacionais que atuam com pacientes vítimas de AVC isquêmico, dentre elas a Unidade de AVC do HC de Botucatu em parceria com a Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin) da FMB.
A Unidade de AVC é referência estadual no atendimento de casos graves de AVC. O serviço é credenciado como nível IV, patamar alcançado apenas por cinco centros de referência em todo o Brasil.
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Legenda - Hospital das Clínicas de Botucatu — Foto: Reprodução/TV TEM/ Arquivo