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Brechós revertem lucro para causa animal em Jundiaí: 'Pequenos atos mudam o mundo', diz vendedora

Ao portal, Adriana Martini, de 54 anos, e Valéria Silva, de 60, compartilharam detalhes sobre o trabalho de arrecadação e desafios ao resgatar animais vítimas de abandono e maus-tratos.

Adriana usa o lucro do brechó para ajudar diretamente no trabalho de protetoras independentes — Foto: Arquivo Pessoal


Com o objetivo de contribuir com a causa animal, duas comerciantes decidiram abrir brechós em Jundiaí, no interior de São Paulo, e reverter o lucro dos estabelecimentos para proporcionar uma vida digna aos pets resgatados de situações de maus-tratos e abandono.

Ao portal, as idealizadoras da iniciativa, Adriana Martini, de 54 anos, e Valéria Silva, de 60, compartilharam detalhes sobre como funciona a arrecadação nos comércios e comentaram sobre os desafios do trabalho voluntário.
Valéria e Adriana se conhecem há mais de 20 anos e, desde sempre, resgatam animais no município de Jundiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Adriana e Valéria se conhecem há mais de 20 anos e sempre resgataram animais. Elas contam que presenciam muitos cachorros sendo abandonados no bairro onde moram, que fica na zona rural da cidade.

Atualmente, as duas mulheres seguem caminhos independentes, cada uma com sua loja, mas tudo começou em equipe, com um bazar improvisado e o sonho de ajudar os animais.

“Foi assim que surgiu [em 2019], porque a gente precisava de dinheiro para ajudar os animais, e foi crescendo. A gente acabou fechando um abrigo em 2020, porque não dava para conciliar levar os animais, cuidar, ter abrigo e ter loja. Não dava porque é muito difícil as pessoas auxiliarem. Toda a nossa verba, que é para ajudar os animais, estava vindo só do brechó, e eram muitos, muitos, muitos animais”, relata Adriana.

Atualmente, Adriana é responsável pelo 'Brechó da Manga', em Jundiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

No brechó, elas se organizavam de forma com que cada uma trabalhasse três dias na semana, distribuindo o tempo para cuidar dos animais.

Atualmente, a responsável pelo brechó “Maria Chica” é a Valéria. “Hoje trabalho com seis lares temporários, que dividem 116 animais no momento. O brechó é revertido para eles. Pago as despesas fixas, ração, vacinas, veterinário, medicamentos e o que mais for preciso”, conta.

Valéria Silva, de 60 anos, é comerciante e protetora dos animais em Jundiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Com o passar do tempo e aumento da demanda, as vendedoras decidiram que seria mais viável abrir uma segunda loja. E assim, quatro anos depois, surgiu o “Brechó da Manga”, no qual Adriana assumiu a administração. Mas isso não fez com que a parceria das duas acabasse.

“A gente conversa até hoje: ‘tô precisando de ajuda, me ajuda a doar esse cachorro?’, ou então ‘vamos resgatar aqui’. Quando a coisa aperta, uma procura outra, a gente se ajuda”, conta a comerciante.

Adriana ressalta que os brechós ajudam diretamente no trabalho de protetoras independentes. “Elas são as que mais trabalham. A maioria delas dão lar temporário, resgatam, enfim. A gente ajuda muito com ração, medicamento e castração”, explica.

Adriana Martini, de 54 anos, é comerciante e protetora dos animais em Jundiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Desafios e doações
O “Brechó da Manga” completou um ano de inauguração em abril deste ano, e a vendedora relembra que, assim como “todos os começos” da vida, foi difícil sustentar o início de um novo projeto. Porém, a motivação vem de um propósito maior.

“Não é fácil, mas é pela causa. E muita gente já me conhecia antes, né? Eu estou há muitos anos fazendo isso, então tem a credibilidade, as pessoas sabem o que eu faço. Todo mundo que me pede ajuda, tentamos ajudar da melhor forma. A gente faz o que consegue, e eu tenho uma rede de apoio muito grande, graças a Deus.”
Adriana Martini resgata animais abandonados e vítimas de maus-tratos em Jundiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Outro desafio permanente são as doações. “Tentamos mostrar às pessoas que, se cada um fizer um pouquinho, conseguimos dar uma ajuda”, diz Adriana.

“A gente está pagando aluguel, precisamos comprar ração, pagar clínica veterinária. Estamos sempre devendo, porque sempre tem uma situação de emergência, alguma coisa que a gente acaba ajudando, né? Então o nosso desafio é pagar as contas e continuar ajudando nessa causa."

Adriana Martini resgata animais abandonados e vítimas de maus-tratos em Jundiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Valéria complementa dizendo que, além disso, também é muito difícil doarem produtos em bom estado de conservação. “As pessoas tem uma ideia muito errada de brechó no Brasil. Acham que brechós vendem ‘lixo’; que as coisas podem ser sujas, furadas, desbotadas. E não é assim!”, pontua.

“O brechó inclui as pessoas, porque você dá a oportunidade de alguém comprar um produto que talvez nunca consiga por fora. Então você trabalha a inclusão, o financeiro da pessoa, a sustentabilidade do planeta, e ainda ajuda uma causa social, que, no nosso caso, são os animais.”

Em ambas as lojas, as pessoas podem doar peças de roupa feminina e masculina, além de livros e objetos de decoração, desde que tudo esteja em bom estado, para que seja possível realizar a venda e reverter o valor arrecadado aos pets. Os estabelecimentos também recebem doação de ração e casinhas para os animais.

Atualmente, Valéria é responsável pelo 'Brechó Maria Chica', em Jundiaí (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Importância da ação
Adriana diz que não existe nada mais gratificante do que refletir sobre todos os animais que já resgatou. Alguns deles, conta, estavam à beira da morte, foram resgatados e, finalmente, encontraram um lar cheio de amor. “Nem sempre dá certo, mas a maioria dá, e ver a felicidade deles, para mim, não tem preço”, diz.

“Às vezes a gente resgata até pessoas com isso, como alguém com depressão. Não é só a vida do animal. O que um gato faz na vida de uma pessoa, o que o cachorro faz na vida de uma criança, são tantas coisas legais. Lutamos para isso: auxiliar e encaminhar os animais que não tem culpa de serem abandonados. É o que me motiva todos os dias.”
E não é diferente para Valéria: “Somos todas voluntárias em um grupo de 23 pessoas, e a sensação de fazer parte de tudo isso é maravilhosa. Com pequenos atos, podemos mudar o mundo”.

Valéria trabalha com seis lares temporários, revertendo o valor arrecadado no brechó para eles — Foto: Arquivo Pessoal

Fonte: G1

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