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Ourinhos fica entre as 50 cidades do Brasil com maior índice de estupros em 2023

LEVANTAMENTO ANUÁRIO

Apenas os municípios com mais de 100 mil habitantes foram analisados. Ourinhos e Botucatu, ao lado de Barretos, são as únicas três cidades do estado de SP a aparecerem no ranking.

Ourinhos e Botucatu no centro-oeste paulista, ficaram entre as 50 cidades do país com os maiores índices de estupros em 2023, aponta o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na quinta-feira (18).

Segundo o levantamento, apenas os municípios com mais de 100 mil habitantes foram analisados. Botucatu e Ourinhos, ao lado de Barretos, são as únicas três cidades do estado de SP a aparecerem no ranking.

Botucatu aparece na 39ª posição, com uma taxa de 67,5 estupros a cada 100 mil habitantes. Ourinhos encerra a lista, na 50ª colocação, com uma taxa de 60,6 casos de estupros para cada 100 mil habitantes. Em 1º lugar está Sorriso, no Mato Grosso, com uma taxa de 113,9 estupros a cada 100 mil habitantes.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as taxas foram calculadas a partir da soma do número de vítimas de estupro e estupro de vulnerável informadas nas bases de dados compartilhadas pelos gestores de estatística dos estados e DF. Os números usados como base se referem ao ano de 2023.

Um estupro a cada seis minutos
Ainda segundo o levantamento, o número de estupros no Brasil cresceu e atingiu mais um recorde. Em 2023, foram 83.988 casos registrados, um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior. O número representa um estupro a cada seis minutos no país.
Este é o maior número da série histórica, que começou em 2011. De lá para cá, os registros cresceram 91,5%.
Do total de casos, 76% correspondem ao crime de estupro de vulnerável – quando a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de consentir por qualquer motivo, como deficiência ou enfermidade.
As principais vítimas do crime no país são meninas negras de até 13 anos. Veja o perfil das vítimas:
88,2% são do sexo feminino;
61,6% têm até 13 anos;
52,2% são negras;
76% eram vulneráveis.
A violência acontece majoritariamente dentro de casa – em 61,7% dos casos, o estupro foi registrado na residência. Na sequência, está a via pública (12,9%). Entre as vítimas de até 13 anos, em 64% o agressor é um familiar, e em 22,4% conhecidos.
Além dos estupros, todas as modalidades de violência contra mulheres cresceram:
 Feminicídio – subiu 0,8%;
 Tentativa de feminicídio – subiu 7,1%;
 Agressões decorrentes de violência doméstica – subiu 9,8%;
 Stalking – subiu 34,5%;
 Importunação sexual – subiu 48,7%;
 Tentativas de homicídio – subiu 9,2%;
 Violência psicológica – subiu 33,8%;
Das 1.467 vítimas de feminicídio, 63,6% eram negras, 71,1% tinham entre 18 e 44 anos, e 64,3% foram mortas em casa. Destas, o assassino foi o parceiro em 63% dos casos, o ex-parceiro em 21,2% e um familiar em 8,7% dos registros.
No ano passado, foram concedidas 540.255 medidas protetivas de urgência, um aumento de 26,7% em relação ao ano anterior.

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