Silva Cristina Osaki era natural de Iacri, também no interior paulista, e morava há 15 anos em Palotina (PR), onde dava aulas no curso de medicina veterinária da UFPR. Ela é uma das 62 vítimas do voo da Voepass que caiu na sexta-feira (9) em Vinhedo.
Silvia tinha voltado para Palotina (PR) no último domingo de Canoas, onde trabalhou por 10 dias como voluntária no cuidado de animais afetados pelas enchentes no RS — Foto: Arquivo pessoal
Silvia tinha voltado para Palotina (PR) no último domingo de Canoas, onde trabalhou por 10 dias como voluntária no cuidado de animais afetados pelas enchentes no RS — Foto: Arquivo pessoal
Uma das 62 vítimas da queda do voo da Voepass, antiga Passaredo, que caiu em Vinhedo, no interior de SP, a professora Silvia Cristina Osaki era apaixonada por esportes e animais de estimação. Tanto que se formou em medicina veterinária e era professora do curso no campus de Palotina da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Natural de Iacri, no centro-oeste paulista, Silvia morava há 15 anos em Palotina, onde atuou como membro de conselhos municipais como o da Saúde e de Segurança Alimentar. Ela deixou a cidade natal, onde a mãe ainda mora, para cursar o terceiro ano do Ensino Médio em São Carlos (SP) e depois se mudou para Londrina, onde fez a faculdade de medicina veterinária na UEL.
Irmã da professora, a engenheira Márcia Osaki, conta que Silvia tinha voltado de Canoas, no Rio Grande Sul, no domingo anterior, dia 2 de agosto, e faria a viagem de Cascavel a Guarulhos, na sexta-feira (9), a trabalho.
“Ela tinha voltado de Canoas no domingo, onde passou 10 dias trabalhando como voluntária atendendo os animais vítimas das enchentes. Amava a vida, tudo era urgente”, afirma.
Márcia conta ainda que ela e a irmã conversaram por mensagem na manhã da sexta-feira (9), mas não falaram sobre a viagem. “Falei com ela na sexta cedinho, por mensagem, como todos os dias, sobre piadas que costumávamos trocar sobre academia, gatinhos, pedal”, lembra.
A engenheira ficou sabendo sobre o acidente pelas notícias e não sabia que a irmã estava no voo, só soube depois quando o ex-marido de Silvia entrou em contato para falar que ela tinha embarcado na aeronave que sofreu a queda.
A professora viajava a trabalho, mas Márcia não soube informar se o destino final seria mesmo Guarulhos ou se de lá ela iria para outra cidade.
Uma das últimas fotos que Márcia e Silvia tiraram juntas foi em julho, quando a professora havia feito o chamado Caminho da Fé de bicicleta. Andar de bicicleta era uma das atividades que ela mais gostava de fazer.
“Ela amava pedalar, fazia isso quase todos os dias antes do sol nascer e tinha acabado de fazer o Caminho da Fé, em julho.”
Silvia (à direita na foto) e a irmã Márcia na última foto que tiraram juntas em julho desse ano — Foto: Arquivo pessoal
Até a tarde desta segunda-feira (12), o corpo de Silvia ainda não havia sido identificado e liberado para os familiares. Ela deixa um filho de 18 anos. Márcia e o filho, sobrinho de Silvia, estão em São Paulo, para os trâmites de reconhecimento e liberação do corpo.
A UFPR emitiu, ainda na sexta-feira, uma nota de pesar pela morte da docente, que ministrava as disciplinas de Zoonoses, Epidemiologia Veterinária, Saúde Pública e Educação para Saúde no setor Palotina.
Ela também atuou como coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal no setor e coordenadora do curso de Medicina Veterinária.
Queda
A aeronave da Voepass que caiu na sexta (9) voou por 1 hora e 35 minutos sem registrar ocorrências antes de fazer uma curva brusca. O avião caiu 4 mil metros em cerca de 1 minuto e explodiu ao atingir o terreno de uma casa em um condomínio residencial.
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol, situação em que a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar, segundo especialistas.
O avião decolou do aeroporto de Cascavel às 11h56 e tinha como destino Guarulhos, em São Paulo. Estavam a bordo 58 passageiros e 4 tripulantes. Todos morreram.
Como era o avião que caiu em Vinhedo — Foto: Arte g1
O que diz a Voepass sobre o acidente
Em nota divulgada no sábado, a Voepass disse que a aeronave estava "aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente".
"Neste momento, o foco da Voepass é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente, de consolo e apoio emocional", finalizou.
Imagens aéreas deste domingo (11) mostram local onde avião caiu em Vinhedo e trabalho do Cenipa — Foto: Eliandro Figueira/Arquivo pessoal
Fonte: G1