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DAEE confirma que empresa de celulose não tem autorização para captar água do Rio Batalha

Denúncia foi feita por moradores de Bauru (SP) e Departamento de Água e Esgoto flagrou caminhões da Bracell no local fazendo a retirada de água. Empresa alega que cumpre rigorosamente a legislação e que suspendeu a captação.

Funcionários do DAE flagraram caminhão da empresa às margens do Rio Batalha em Bauru — Foto: DAE Bauru/Divulgação



O Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do estado de São Paulo confirmou que não há registro de autorização para a captação de água do Rio Batalha pela empresa Bracell, flagrada realizando a prática, na manhã de quinta-feira (8), em Bauru (SP).

O flagrante aconteceu após funcionários do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru receberem uma denúncia de que a empresa de celulose estava fazendo a retirada da água de um manancial a cerca de 9 km da lagoa de captação, em Agudos (SP).

Os funcionários chegaram ao local depois de receberem uma denúncia sobre a retirada. A equipe constatou no local até mesmo um "trânsito" de caminhões. Pelo menos três deles fazendo a retirada. Os caminhões transportam de 15 a 20 mil litros de água.

Segundo o DAEE, fiscais estiveram na área para apurar o caso no dia seguinte ao flagrante, mas não encontraram caminhões realizando as captações, que, se forem comprovadas, poderão resultar em penalidades e multas para a empresa de celulose.

Empresa afirma que cumpre a legislação e que suspendeu a captação no Rio Batalha em Bauru — Foto: DAE Bauru/Divulgação


Em nota à TV TEM, a Bracell disse que cumpre a legislação e regulamentação ambiental e de captação de recursos hídricos e que suspendeu imediatamente as captações próximas ao rio, desde que tomou conhecimento das imagens.

Crise hídrica na região
O flagrante aconteceu em meio ao rodízio no abastecimento de água para mais 100 mil moradores atendidos pela lagoa de captação do Rio Batalha em Bauru.

Desde o dia 9 de maio, cerca de 135.561 pessoas recebem água em casa no regime de 24h/48h. A interferência no abastecimento foi necessária por conta do baixo nível da lagoa de captação do Rio Batalha.

A estiagem tem impedido que o nível fique acima dos 3,20, considerado ideal. Atualmente, o nível da lagoa está em 2,08.

Para tentar reverter a situação, desde o início do rodízio, a autarquia realiza manobras para diminuir a dependência do Batalha, entre elas, estão as interligações. Já foram interligados, por exemplo, os poços do Distrito 3 e do Chácaras Cardoso.

Com elas, o DAE tem reforçado o abastecimento nos Altos da Cidade, região Central e em parte do Bela Vista. As interligações têm possibilitado também um reforço na água que vai para a Estação de Tratamento de Água.

Limpeza do rio
Processo de limpeza do Rio Batalha deve durar seis meses — Foto: Carlos Torrente/TV TEM


Outra estratégia é a limpeza do Rio Batalha. O DAE já fez cerca de 90% da limpeza das macrófitas que estavam na lagoa de captação.

Por enquanto, o trabalho realizado pela empresa está suspenso por conta do baixo nível. É preciso que a lagoa atinja 3,20 novamente para finalizar a retirada das plantas feita pela empresa, que venceu a licitação.

O DAE informou também que deve começar na próxima semana a batimetria do rio. O estudo, que faz um raio-X do fundo da represa, serve para entender o quanto de terra presente no rio pode ser retirada. Essa etapa é um primeiro trabalho para um futuro desassoreamento.

A empresa que ficou em segundo lugar na licitação será a responsável por fazer o estudo, já que a primeira desistiu. Os funcionários vão fazer uma visita técnica no local na semana que vem e os trabalhos devem durar 15 dias.


Fonte: G1

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