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Brincadeiras, influências e relações com os pais: saiba os fatores que levam homens e mulheres a escolherem carreiras diferentes

Levantamento da Unesp de Bauru (SP) mostrou preferência dos cursos de Engenharia Mecânica, Ciência da Computação, Engenharia Elétrica e Sistemas de Informação pelo público masculino. Cursos de Pedagogia, Arquitetura e Urbanismo, Psicologia e Relações Públicas são de preferência feminina.

Isadora decidiu cursar Engenharia Mecânica por influência do pai — Foto: TV TEM/Reprodução


Um levantamento realizado pela Vunesp com os candidatos ao vestibular da Unesp em Bauru (SP) revelou que homens e mulheres tendem a se direcionar para cursos e carreiras diferentes.


Os cursos preferidos pelo público feminino incluem Pedagogia, Arquitetura e Urbanismo, Psicologia e Relações Públicas, enquanto os homens tendem a escolher Engenharia Mecânica, Ciência da Computação, Engenharia Elétrica e Sistemas de Informação.

A estudante Isadora Carreiro, vai na contramão desses dados. A jovem é estudante de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia da Unesp em Bauru e conta que a escolha da profissão, com predominância masculina, aconteceu por influência do pai, que também é engenheiro.

“No começo eu não sabia qual carreira seguir exatamente, mas eu sabia o que seria direcionada em engenharia por causa do meu pai, ele é engenheiro de produção, então eu tive o exemplo em casa. Mas estudando bastante sobre a área de trabalho e por gostar muito da área automotiva, eu acabei optando por ser engenheira mecânica”, explica Isadora.

Thiago Vale França, coordenador dos cursos de engenharia da Unesp, explica que nos últimos anos, a universidade começou a olhar para essa diferença e promover iniciativas de inclusão do público feminino nos cursos de maioria masculina.

“A universidade tem olhado para esse problema. Tem um programa da pró-reitoria de graduação de mentoria. O intuito é fazer com que alunos veteranos olhem os alunos ingressantes e tentem entender quais as dificuldades que esse aluno tem, para a gente diminuir as taxas de evasão do curso e nesse programa de mentoria a gente aborda esse problema das mulheres, tentando medir isso, porque as mulheres não procuram o nosso curso e porque tantas evadem o curso”, explica o coordenador.
Faculdade de Engenharia de Bauru (SP) tem alunos predominantemente masculino — Foto: TV TEM/Reprodução



No mercado de trabalho o cenário começa a mudar de forma gradual, mas já significativa. Fernanda Sartore é executiva de negócios de um co-working da área de tecnologia onde as mulheres já prevalecem sobre os homens.

A executiva explica que muito se dá pela motivação pessoal, que no caso dela, foi essencial para não desistir de permanecer no mercado.

“Eu acredito muito na capacidade humana, de saber o que quer e ir atrás dos seus resultados, dos seus sonhos. É claro que é mais difícil quando você não vê tanta representatividade, mas eu falo, se você sabe o que você quer, se você acredita no seu potencial e principalmente, no que faz sentido pra você, isso muda tudo" conta Fernanda.
Executiva de Negócios lidera empresa com maioria feminina — Foto: TV TEM/Reprodução



O que diz a psicologia
Para o psicólogo Florêncio Costa Junior, a diferença nas escolhas profissionais entre homens e mulheres está ligada à forma como somos socializados ao longo da vida.

Ele explica que as brincadeiras e atividades direcionadas a meninos e meninas desde a infância contribuem para a formação de interesses e expectativas distintas.

"Se pensarmos ainda no século 21, quais são as brincadeiras disponíveis e predominantes para meninas e meninos, veremos que essas diferenças ainda permanecem", explica o psicólogo.
Psicólogo explica por que há profissões com mais homens que mulheres — Foto: TV TEM/Reprodução



Florêncio enfatiza que a mudança dessa realidade requer um esforço coletivo. Ele defende a importância de lutar por uma sociedade menos sexista e que essa transformação social é essencial para que possamos avançar em direção a um futuro mais igualitário.

“O processo de transformação social, ele depende de todo mundo e depende da gente conhecer um pouco da nossa história, de onde estamos vindo e para onde queremos ir. Então, depende das mudanças das práticas parentais, da maneira como a gente trata crianças, da maneira como a gente organiza os ambientes de trabalho, da maneira como nós lutamos por uma sociedade menos sexista, na qual os homens aprendam a respeitar e a dividir, compartilhar esses espaços com as mulheres, que as relações de poder sejam mais igualitárias. Então, toda essa mudança social é necessária para que a gente continue avançando”, finaliza Florêncio.


Fonte: G1

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