Acidente aconteceu na noite de sexta-feira (11), atingindo três pessoas e um cachorro. Outras duas vítimas, Joice Nascimento dos Santos, de 33 anos, e Luiz Otávio dos Santos Gonçalves, de 6, eram mãe e filho.
Corpo de terceira vítima de queda de muro durante tempestade em Bauru é sepultado — Foto: Arquivo pessoal
O corpo da terceira vítima da queda de um muro na sexta-feira (11), durante uma tempestade, em Bauru (SP), foi sepultado na tarde desta quarta-feira (16), no Cemitério do Jardim Redentor.
Paulo Alves Ribeiro, de 62 anos, morreu junto de Joice Nascimento dos Santos, de 33 anos, e do filho dela, Luiz Otávio dos Santos Gonçalves, de seis anos. Os corpos da mãe e do filho foram sepultados no sábado (12). Um cachorro também foi atingido pela queda do muro e morreu.
De acordo com moradores do bairro Parque Paulista, onde o muro caiu, Paulo era morador em situação de rua e, no momento da ocorrência, ajudava mãe e filho a carregarem sacolas de supermercado.
Após a retirada do corpo do homem do local do acidente, o Instituto Médico Legal (IML) iniciou os procedimentos para identificar a vítima por meio das digitais. O trabalho foi concluído na segunda-feira (14). Em seguida, a família de Paulo foi localizada e informada sobre a morte dele.
Queda do muro
Imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que as vítimas tentam se proteger da chuva ao lado do muro com um guarda-chuva, na Rua Atílio Cavagnino, no bairro Parque Paulista. Em seguida, a estrutura começa a colapsar e desmorona sobre eles.
Por telefone, um dos donos do terreno onde o muro ficava disse que ele e um sócio compraram o local já murado há cerca de seis meses que e um barracão estava em construção.
Eles foram notificados pela Secretaria de Planejamento Urbano de Bauru para apresentarem documentos e pagarem uma multa por execução de obra sem licença, mas afirmam que o projeto de construção foi aprovado antes de darem início aos trabalhos e que a obra está no Cadastro Nacional de Obras.
Segundo moradores da região, o portão do local já havia sido arrancado em outra ventania, em 2023, e, desde então, o muro havia sido aumentado.
A rua permaneceu interditada durante toda a madrugada até a manhã de sábado. Funcionários da Secretaria de Obras trabalharam na remoção dos destroços e, em seguida, a via foi liberada.
De acordo com o Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) da Unesp, durante o acidente foram registrados 24,6 mm de chuva e ventos de até 52 km/h.
Trajeto de rotina
Lucimara Alves do Nascimento, de 56 anos, mãe de Joice e avó de Luiz Otávio, contou, em entrevista à TV TEM, que a família morava no bairro Ferradura Mirim e sempre passava por aquele local após a mãe buscar o filho na escola.
"Ela conhecia bem esse trajeto, fazia sempre. Tem mais de 10, 11 anos que eles moram ali no Ferradura. Então, ela conhecia tudo aquilo ali", conta.
Joice era casada e tinha apenas Luiz Otávio como filho. Lucimara conta que a rotina da mãe era quase toda em torno do garoto.
"A vida dela era desse jeito. Era de casa para a escola e para a Sorri, onde Luiz passava por acompanhamento médico. Era para o mercado e para a minha casa. Então, ela era dona de casa, ela não trabalhava para fora", lembra Lucimara.
Mãe e filho que morreram atingidos por muro que caiu durante tempestade são sepultados em Bauru — Foto: Arquivo pessoal
Fonte: G1