Homenagem
Nesta terça-feira, 15, se comemora em todo o país, o Dia do Professor e para falar sobre essa data tão importante, a reportagem do Tribuna Ourinhense entrevistou os professores Rubens Teixeira e Sheila Dálio que nos contaram um pouco sobre suas carreiras e a importância da profissão e da data comemorativa.
Rubens tem 43 anos de profissão e como professor da E.E Horácio Soares, onde sempre lecionou, fazendo parte da história da escola e da vida de alunos de diferentes gerações. Leciona também na EMEF Adelaide Pedroso Racanello e falou sobre o significado de ser professor. “Para mim, ser professor não quer dizer ser um sacerdote, mas ao mesmo tempo é ser pai, ensinar não apenas o tema educacional, mas também no que se refere a nossa sociedade como um todo. Sou muito feliz e realizado por ser professor, pois foi nesta profissão que conquistei tudo que tenho. A escola Horácio Soares me abraçou desde o meu primeiro dia aqui, e assim foi durante estes 43 anos, e eu por minha vez, abracei a escola como se fosse a minha segunda casa, e quero dizer neste Dia do Professor, a todos meus colegas de profissão, que estamos passando neste momento, por grandes transformações na área da Educação Estadual mas que é necessário para que se faça as mudanças pertinentes para termos uma educação pública de qualidade no estado de São Paulo”, ressaltou.
Sheila chegou este ano a Rede Estadual de Ensino, fez a graduação e Pós-Doutorado na UNESP de Assis e atuou na rede privada entre os anos de 2021 e 2023. No início deste ano chegou à Rede Pública e desde então dá aulas na E.E Horácio Soares e nos contou como tem sido essa nova experiência. “Eu tenho uma história na escola pública onde estudei e depois fiz Universidade Pública e sempre tive vontade de retornar para a escola pública. Este é meu primeiro ano de rede estadual e tive a grande sorte de estar na E.E. Horácio Soares, que tem uma gestão muito comprometida com o Ensino e aprendizagem dos alunos e nesta minha experiência por ter feito a graduação, pós graduação e doutorado na Rede Pública é que existe um diferença entre o teórico e o prático, então minha experiência em sala de aula está sendo muito profícua, valiosa, para ver as diferenças e compreender mais o aluno e sobre minha profissão. A escola pública têm seus desafios, mas tem um papel muito importante e humanizador, procurando sempre priorizar o protagonismo dos alunos, um incentivo para eles prolongarem os estudos, não ficarem apenas nas escolas, aqui no Horácio tem um incentivo muito grande para os alunos, para que ingressem numa Universidade Pública após concluírem o Ensino Médio, e isso é de extrema importância, pois a Universidade Pública é para os alunos de escolas públicas. Na escola eu sou professora de Redação e Leitura e busco junto aos alunos para que eles priorizem o ENEM e a Prova Paulista”, destacou.
Origem do Dia do Professor
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Teresa de Ávila), Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava basicamente da descentralização do ensino, do salário dos professores, das matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até sobre como os professores deveriam ser contratados.
A primeira contribuição da Lei de 15 de outubro de 1827 foi a de determinar, no seu artigo 1º, que as Escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) deveriam ensinar, para os meninos, a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e as noções mais gerais de geometria prática. Às meninas, sem qualquer embasamento pedagógico, estavam excluídas as noções de geometria. Aprenderiam, sim, as prendas (costurar, bordar, cozinhar etc) para a economia doméstica.
Cento e vinte anos depois do decreto, em 1947, um professor paulista teve a ideia de transformar a data em feriado e iniciou a tradição de homenagear os professores no dia 15 de outubro, em referência ao decreto de D. Pedro I.
A ideia surgiu porque o período letivo do segundo semestre escolar era muito longo, ia de 1 de junho a 15 de dezembro, com apenas dez dias de férias em todo o período. Cansados, literalmente, um pequeno grupo de quatro educadores, liderados por Samuel Becker, teve a ideia de organizar um dia de folga, para amenizar a estafa. O dia também serviria como uma data para se analisar os rumos do restante do ano letivo.
Foi então que o professor Becker sugeriu que esse encontro acontecesse no dia 15 de outubro. A sugestão foi aceita e a comemoração teve presença maciça de professores e alunos, que levavam doces de casa, para uma pequena confraternização.
O discurso do professor Becker, além de ratificar a idéia de se manter na data um encontro anual, ficou famoso pela frase “Professor é profissão. Educador é missão”. A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963.
O Decreto definia a essência e razão do feriado: “Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.