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Meningite na infância: sinais, sintomas e tratamento

Amanhã, 5 de outubro, é o Dia Mundial de Combate à Meningite, uma infecção grave das membranas que protegem o sistema nervoso central. Transmitida por gotículas respiratórias, a doença pode causar sequelas ou ser fatal, reforçando a importância da prevenção

São Paulo, outubro de 2024 - Conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, foram registrados 26.132 casos de meningite no Brasil em 2023. Desses, 16.445 foram confirmados, o que corresponde a 62,9% do total. Em 2024, até o momento já forma notificados 15.580 casos, com 8.357 confirmações, representando 53,6%. No período acumulado de 2023 a 2024, foram notificados 41.712 casos, dos quais 24.802 foram confirmados, correspondendo a 59,5% do total.

Um outro dado do Ministério da Saúde, que trata sobre as meningites mais frequentes considerando o período de 2007 a 2020, mostrou que do total de casos confirmados, a meningite viral foi mais frequente do que a bacteriana.

Como explica o Dr. Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, médico infectologista e Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), “a meningite viral tende a ser menos grave e tem uma progressão mais branda do que a bacteriana, que geralmente é mais grave e pode progredir rapidamente, causando complicações sérias se não for tratada prontamente”, explica.

O especialista reforça que nem todos os pacientes expostos à meningite bacteriana, como aqueles que são infectados pelo meningococo, necessariamente desenvolvem a doença, pois o organismo pode se defender por meio da produção de anticorpos após o contato com essas bactérias, adquirindo, assim, resistência à infecção. “No entanto, crianças de 6 meses a 1 ano são particularmente vulneráveis ao meningococo, já que geralmente ainda não desenvolveram anticorpos suficientes para combatê-lo”, ressalta o Dr. Carlos.



Sinais e sintomas

O artigo “Sintomas pré-hospitalares associados à meningite bacteriana aguda diferem entre crianças e adultos” (tradução livre) publicada na  Revista Nature, em dezembro de 2023, explica que, como parte dos sintomas, as crianças são mais propensas a apresentar febre, fadiga, erupções cutâneas e rigidez de nuca, como destacados abaixo:

Febre alta: a febre é frequentemente um dos primeiros sintomas e pode ser alta, muitas vezes acompanhada de calafrios.

Irritabilidade e choro:os bebês e as crianças podem ficar irritados e chorar mais do que o habitual, especialmente quando são tocados ou manuseados. Os adolescentes podem apresentar irritações, pois os sintomas, como a dor e febre, podem aumentar o estresse.

Rigidez no pescoço:rigidez no pescoço é um sinal clássico de meningite. Em bebês, isso pode ser percebido pela dificuldade em movimentar o pescoço ou pela resistência ao dobrar o queixo em direção ao peito.

Erupções cutâneas e manchas na pele:algumas crianças e adolescentes podem desenvolver manchas vermelhas ou roxas na pele que não desaparecem quando pressionadas.

Sonolência, fadiga e letargia:bebês e crianças podem parecer mais sonolentos do que o habitual e podem ser difíceis de acordar.  Os adolescentes podem apresentar também dificuldade em se concentrar, confusão ou alterações no estado de consciência.


Tratamentos

A meningite bacteriana requer tratamento imediato com antibióticos intravenosos para combater a infecção, e o tratamento geralmente é administrado em ambiente hospitalar. Já a meningite viral geralmente não responde aos antibióticos, pois é causada por vírus. Por isso, o tratamento visa aliviar os sintomas e pode incluir repouso, hidratação e medicamentos para controle da febre e da dor. Em casos graves, podem ser necessários medicamentos antivirais específicos.

Segundo o Dr. Carlos, "devido à gravidade do quadro clínico, os casos suspeitos de meningite bacteriana em bebês, crianças e adolescentes sempre são internados nos hospitais. Portanto, ao suspeitar de um caso, é urgente que os pais ou responsáveis procurem por um pronto-socorro para avaliação médica", afirma.

Sobre a SPI: A Sociedade Paulista de Infectologia (SPI) foi criada em 1994 e reúne representantes das Faculdades de Medicina do Estado, Hospitais Universitários e grandes hospitais com Serviços de Infectologia. Seu propósito é promover a realização de eventos científicos voltados principalmente para infectologistas, o que tem sido alcançado por meio de diversos congressos e eventos. Atualmente, a SPI é a maior afiliada da Sociedade Brasileira de Infectologia, contando com cerca de 900 associados.

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