Na véspera, a moeda norte-americana teve uma queda de 0,40%, cotada a R$ 6,0411. Já o principal índice da bolsa de valores brasileira avançou 0,41%, aos 122.855 pontos.
Dólar — Foto: REUTERS/Lee Jae-Won
O dólar inverteu o sinal e passou a operar em queda nesta terça-feira (21), conforme investidores repercutiam as primeiras ações tomadas por Donald Trump, novo presidente dos Estados Unidos. Na véspera, o republicano tomou posse e assinou uma série de ordens executivas já no primeiro dia de governo.
Entre as medidas, estão a declaração de emergência da fronteira com o México, a retirada do país do Acordo de Paris e o perdão presidencial para acusados pelos ataques ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021. As ordens executivas foram classificadas como "prioritárias" pela Casa Branca.
Já no Brasil, o dia de agenda fraca volta as atenções do mercado para as medidas apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na reunião ministerial feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na véspera.
O ministro listou as prioridades para a política econômica ao longo deste ano, citando medidas para fortalecer o arcabouço fiscal e a reforma do imposto de renda, que deve isentar o pagamento de imposto para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Investidores ainda acompanham a divulgação de balanços corporativos e seguem à espera de novos dados de inflação, previstos para esta semana.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, tinha volatilidade.
Dólar
Às 15h, o dólar operava em queda de 0,11%, cotado a R$ 6,0346. Na mínima do dia, chegou a R$ 6,0236. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,40%, aos R$ 6,0411.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 0,40% na semana;
- recuo de 2,24% no mês e no ano.
Ibovespa
- No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,04%, aos 122.804 pontos.
- Na véspera, o índice avançou 0,41%, aos 122.855 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,41% na semana;
- ganho de 2,14% no mês e no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques no noticiário do dia, os efeitos da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos segue fazendo preço nos mercados, conforme investidores continuam a medir os efeitos das medidas do republicano na política econômica do país e ao redor do planeta.
Trump assinou uma série de ordens executivas no seu primeiro dia de mandato, no que a Casa Branca classificou como medidas prioritárias do novo governo. Entre elas, estavam a declaração de emergência na fronteira com o México, a retirada do país do Acordo de Paris e o perdão presidencial para acusados pelos ataques ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021.
O novo presidente dos EUA também afirmou que a relação do país com a América Latina e com o Brasil "é excelente", mas destacou que a região "precisa mais dos Estados Unidos" do que o contrário.
"A relação é excelente. Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós", respondeu Trump ao ser perguntado se iria falar com o presidente Lula e como seria a relação com o Brasil e com a América Latina.
A frase foi dita em resposta a uma pergunta da repórter da TV Globo Raquel Krähenbühl sobre se Trump falaria com o presidente Lula e como seria a relação com Brasil e América Latina feita enquanto o presidente americano assinava os primeiros decretos do novo mandato no salão oval da Casa Branca.
Na véspera, o presidente Lula afirmou que torce por uma "gestão profícua" (ou seja, proveitosa) por parte de Trump, afirmando que o Brasil "não quer briga" com os Estados Unidos.
"Tem gente que fala que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. O Trump foi eleito para governar os EUA e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore e para que os americanos continuem a ser histórico ao que é do Brasil", disse Lula.
"Da nossa parte, não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia e nem com a Rússia", seguiu.
Desde sua campanha, o novo presidente dos EUA tem sinalizado uma agenda mais protecionista no país, indicando que deve priorizar o fortalecimento da atividade doméstica norte-americana e limitar a concorrência estrangeira.
Assim, investidores seguem incertos sobre quais podem ser os impactos econômicos das medidas do republicano e quais podem ser os efeitos que essas propostas eventualmente tenham no Brasil.
"A incerteza continua sendo a palavra de ordem, com todos atentos a respostas para perguntas como se a ameaça de tarifas se tornará realidade ou continuará sendo uma manobra de negociação no primeiro dia", disse Sam Stovall, estrategista-chefe de mercado da CFRA Research, também à Reuters.
No Brasil, a falta de indicadores econômicos volta as atenções do mercado para as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera. O ministro listou as prioridades do governo na política econômica para este ano, indicando a necessidade de fortalecimento do arcabouço fiscal e citando a reforma do imposto de renda.
Na agenda doméstica, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, deve ser divulgado na próxima sexta-feira e trazer mais indicações sobre o futuro da taxa básica de juros, a Selic, por aqui.
Fonte: G1