Divulgação/Corpo de Bombeiros
O avião com a família e dois pilotos caiu em uma área no Santa Rosa em Piracicaba.
Foram quatro anos de angústia, perguntas sem respostas e noites insones. Agora, com a divulgação do relatório final do CENIPA, a família Silveira Mello e os parentes das demais vítimas do trágico acidente aéreo revivem a dor que nunca se dissipou em Piracicaba.
O documento detalha as causas e os fatores que levaram à queda da aeronave. No entanto, para muitos, nenhuma explicação será capaz de preencher o vazio deixado.
Pais, filhos, irmãos e cônjuges receberam o relatório com lágrimas nos olhos. Alguns esperavam justiça; outros, apenas uma resposta que aliviasse a culpa e a dúvida que carregaram por tanto tempo. Mas a verdade, agora impressa em páginas frias, jamais conseguirá traduzir a dor de quem ficou.
"Não é só um relatório. São vidas que se perderam, histórias que foram interrompidas", desabafa o professor Augusto Ferreira Valenciano, que, na época do acidente, estava em uma faculdade próxima ao local da tragédia.
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O relatório foi divulgado com riqueza de detalhes e precisão técnica, mas, para essas famílias, o luto persiste — uma ferida aberta que nem o tempo nem as palavras conseguem cicatrizar.
Relatório da tragédia
A queda do avião da família Silveira Mello, que matou sete pessoas em Piracicaba (SP), foi causada por excesso de peso e variação na rotação dos motores. O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou falhas que levaram à tragédia.
O acidente aconteceu em 14 de setembro de 2021, logo após a decolagem do Aeroporto de Piracicaba. A aeronave, um King Air B200, caiu em uma área de vegetação no bairro Santa Rosa apenas 15 segundos depois de levantar voo. Morreram Celso Silveira Mello, 73 anos, sua esposa Maria Luiza e os filhos Celso Meneghel, Camila Meneghel e Fernando Silveira Mello, além do piloto Celso Carloni e do co-piloto Giovani Gullo.
Segundo o Cenipa, o avião estava 623 quilos acima do peso máximo permitido, o que comprometeu sua sustentação, mas poderia ser corrigido neste tipo de aeronave. Além disso, a hélice esquerda girava mais rápido que a direita, criando um desequilíbrio que pode ter agravado a situação. Houve uma perda de velocidade, resultando em um "estol" – quando a aeronave perde sustentação e cai abruptamente.
O relatório destacou que houve falta de uma rápida percepção da equipe para corrigir os problemas durante a decolagem. Como medida preventiva, o Cenipa recomendou o cumprimento com rigor das normas de segurança e a reciclagem de pilotos para evitar tragédias semelhantes.
Fonte: Sampi