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Homem acusado de matar e ocultar o corpo da esposa em Ourinhos é absolvido

Depois de quase 15 horas de julgamento, o Egrégio Tribunal do Júri da Comarca de Ourinhos (SP) decidiu, na quinta-feira (7), pela absolvição de Luiz Antônio Vieira de Freitas, que era acusado de assassinar e ocultar o corpo da esposa, Stéphane Vieira de Freitas. O crime ocorreu entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2022, mas só começou a ser desvendado em 27 de julho do mesmo ano, quando crianças encontraram a ossada da vítima em um terreno baldio na Vila Brasil, em Ourinhos. 

Luiz Antônio havia sido denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado (motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio) e ocultação de cadáver. A acusação alegava que o crime ocorreu no contexto de violência doméstica e que o réu teria esquartejado e enterrado o corpo da vítima para dificultar a identificação. No entanto, após um longo julgamento, o júri considerou Luiz inocente das acusações, o que significa que as investigações deverão ser retomadas para esclarecer o caso.

O julgamento contou com depoimentos de testemunhas de acusação e defesa, além da participação do Ministério Público e dos advogados de Luiz. Um dos momentos mais surpreendentes foi o depoimento de Geralda, mãe de Stéphane, que depôs a favor do réu.

Dona Geralda afirmou que sua filha não foi correta com Luiz, pois teria se envolvido com outro homem enquanto ainda era casada. Segundo a mãe da vítima, esse relacionamento extraconjugal desestabilizou a família e fez com que Stéphane abandonasse Luiz e os filhos.

Ainda em seu depoimento, Geralda defendeu o genro, afirmando que Luiz sempre foi um homem trabalhador e que cuidava bem dos filhos e enteados. A mãe de Stéphane também contou que não concordava com a postura da filha, que queria se separar para "aproveitar a vida".

Esse depoimento foi decisivo para que o júri considerasse Luiz inocente das acusações.


Quem matou Stéphane?

Com a absolvição de Luiz, o caso permanece um mistério. Se ele não foi o responsável pelo crime, quem matou Stéphane e ocultou o corpo?

A decisão do Tribunal do Júri abre um novo caminho para as investigações, que precisarão ser reiniciadas para encontrar o verdadeiro culpado. A Polícia Civil de Ourinhos deve analisar novas provas e depoimentos para esclarecer o que realmente aconteceu entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2022.

A história, que envolve um relacionamento conturbado, ameaças, assassinatos e um julgamento de 15 horas, ainda não teve seu desfecho final.


“Triângulo amoroso”

Segundo Luiz, ele e Stéphane se conheceram em Itapevi (SP), onde trabalharam juntos em um hospital que fechou. Com isso, decidiram se mudar para Ourinhos, onde o pai de Luiz morava. Lá, ele construiu uma casa no terreno do pai e passou a trabalhar em um supermercado.

Já Stéphane trabalhou como funcionária do babalorixá Clodoaldo Antônio da Silva, conhecido na cidade. Em 2021, ela deixou Luiz para ficar com José Eurípedes da Silva, um homem de 46 anos, com quem manteve um relacionamento conturbado.

José Eurípedes era conhecido por ter um comportamento agressivo e, segundo relatos de Luiz e da mãe de Stéphane, influenciou negativamente a vítima. A relação entre os dois se tornou instável, e Stéphane chegou a voltar para a casa de Luiz após descobrir mensagens de José com a ex-mulher.

Nos últimos meses de 2021, Luiz afirmou que foi atropelado de moto por José, que também o teria ameaçado de morte. Dona Geralda confirmou essa versão, dizendo que José chegou a telefonar para ela afirmando que ficaria com Stéphane “de qualquer jeito” e que, se ela não ficasse com ele, não ficaria com ninguém.

Em 12 de janeiro de 2022, Stéphane desapareceu após dizer que iria morar com uma amiga. Luiz, alegando medo de José, decidiu sair de Ourinhos e se mudou para Itapevi, levando os dois filhos menores para morar com sua mãe.


A descoberta da ossada

A ossada de Stéphane foi encontrada em 27 de julho de 2022 por crianças que brincavam em um terreno baldio. A polícia demorou alguns meses para confirmar a identidade da vítima, e, quando isso aconteceu, Luiz foi apontado como principal suspeito.

O fato intrigante é que antes da prisão de Luiz, José Eurípedes e Clodoaldo Antônio da Silva foram mortos em um episódio misterioso, em janeiro de 2023. Clodoaldo foi assassinado aos 49 anos, e o próprio José Eurípedes foi encontrado morto no mesmo dia e é apontado como autor do homicídio de Clodoaldo e teria cometido o suicídio às margens do lago do Royal Park.


A prisão de Luiz

A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ourinhos, sob a coordenação do delegado João Ildes Beffa, conduziu o caso de forma sigilosa até a prisão de Luiz Antônio, realizada pela Polícia Civil de Itapevi, na Grande São Paulo, em 22 de maio de 2023.

No momento da prisão, Luiz trabalhava na empresa Cacau Show e estava com documentos de rescisão trabalhista. Ele foi encaminhado à cadeia pública de Itapevi e, posteriormente, transferido para Ourinhos para aguardar julgamento.

Durante a fase de instrução do processo, foram ouvidas seis testemunhas de acusação, uma testemunha comum e sete testemunhas de defesa, além do interrogatório do réu. A defesa tentou um pedido de impronúncia, ou seja, a anulação do julgamento, mas a 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo negou o recurso, determinando que o caso fosse levado a júri popular.


As mortes de Clodoaldo e José 

O babalorixá Clodoaldo Antônio da Silva, de 49 anos, foi morto com dois tiros, em Ourinhos, dia 17 de janeiro de 2023. O crime ocorreu dentro da chácara onde funciona o templo de candomblé Casa de Cultura Afro-brasileira Ilê Axé Arô Ifé, ao qual a vítima era vinculada, 

Babalorixá Clodoaldo Antônio da Silva foi morto com dois tiros em templo de Ourinhos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

O suspeito de ter cometido o homicídio, José Eurípedes da Silva, de 48 anos, foi encontrado momentos depois, também sem vida, com uma marca de ferimento por arma de fogo no peitoral, próximo ao lago do Parque do Centenário. A polícia acredita que ele tenha se matado.

De acordo com o boletim de ocorrência, a motivação do crime pode ter sido vingança. Segundo testemunhas, antes dos disparos, houve uma discussão entre Clodoaldo e José Eurípedes. Isso porque, conforme o depoimento do companheiro do babalorixá, o suspeito culpava a vítima pelo fim de seu relacionamento com uma "filha de santo".

Ainda segundo o registro, após atirar contra Clodoaldo no abdomên e na cabeça, José Eurípedes fugiu do local levando consigo a arma do crime.

Posteriormente, viaturas foram acionadas por um casal desesperado próximo ao lago do Parque do Centenário, onde o corpo de José Eurípedes foi encontrado com um revólver ao lado, sem sinal de qualquer desavença no local, o que sustenta a possibilidade de suicídio.

Tanto o templo religioso quanto o local onde o suposto autor do homicídio foi encontrado passaram por perícia. Testemunhas foram ouvidas e provas, envolvendo áudios e vídeos, foram coletadas.

A arma, com três cartuchos deflagrados e um íntegro, foi apreendida, assim como os telefones dos envolvidos. O delegado plantonista, que registrou a ocorrência como homicídio e suicídio, solicitou exames necroscópicos no Instituto Médico Legal (IML).

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