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Carnaval para pular ou para descansar?

A festa de Momo é sinônimo de alegria e de liberdade, mas muita gente evita barulho e aglomeração. Conheça histórias de pessoas que amam a folia, e as explicações de quem não gosta



Enquanto alguns passam meses planejando fantasias, ensaiando passos e contando os dias para se jogar no carnaval, outros preferem aproveitar o feriado longe do agito, maratonando séries, lendo livros ou simplesmente descansando. A maior festa popular do Brasil divide opiniões. Para os foliões, é sinônimo de cultura, alegria e celebração coletiva. Para os que fogem da festa, representa barulho, aglomeração e excesso. O Correio conversou com várias pessoas para saber o que leva alguém a amar ou evitar essa tradição.

Repleta de adereços coloridos, máscaras e vestimentas reutilizadas de temporadas anteriores, Daniele Lins, 44 anos, não esconde o entusiasmo com a data. A comemoração está no sangue, na história e no coração da aeroportuária, que conta os minutos para o início do período festivo, uma das épocas mais aguardadas por ela. "Fico muito animada! Tenho diversos acessórios e fantasias, que eu mesma monto e reciclo a cada ano. Como sou muito criativa, gosto de reinventar os 'looks' e manter sempre algo novo na minha produção", contou a moradora da Asa Norte.

A relação de Daniele com a festa começou cedo. Cresceu em um ambiente onde o carnaval era celebrado como uma grande tradição familiar. Atualmente, vê nos blocos de rua o espaço ideal para expressar essa paixão. "A festividade é uma rica manifestação cultural, que celebra a diversidade e a união das pessoas. Sempre amei a energia contagiante das ruas, a liberdade e a alegria que pairam no ar. É um momento de fraternidade", disse.

Na folia
Daniele faz questão de levar para os blocos um pouco da conexão com a sua identidade e com as suas raízes nordestinas. As fantasias carregam elementos típicos da região, como o chapéu do reisado alagoano — de palha e com forro de cetim, com a aba frontal dobrada e enfeitado com espelhos, flores e bordados dourados —, peça que marca suas celebrações mais especiais. "Sempre busco expressar meu regionalismo com adereços e fantasias. É uma forma de valorizar minha cultura e compartilhar minha história com os outros foliões", contou. Ela acrescentou que, atualmente, participa de dois blocos e que a rua é um espaço "maravilhoso para vivenciar a verdadeira essência da celebração".

Daniele Lins gosta de reciclar os adereços que possui e montar looks novos todo ano
(foto: Giovanna Sfalsin/CB/D.A Press)



Para Daniel Augusto dos Santos, 34, analista de comunicação e morador de Águas Claras, o carnaval vai além da festa. É uma paixão que se renova a cada ano, uma ligação profunda com a cultura e uma forma de expressão pessoal. "Cresci escutando música brasileira dentro de casa, influenciado por tias e primas, principalmente pela música baiana. Desde o ensino fundamental até a faculdade, sempre gostei de organizar eventos e festas", destacou.

Aos 13 anos, teve sua primeira experiência com celebração nas ruas, em Porto Seguro (BA), e foi amor à primeira vista. E a conexão com a data não tem fronteiras para ele. Daniel já viveu a folia em Salvador, no Rio de Janeiro, em Brasília e, este ano, pela terceira vez, irá para Belo Horizante. "Sinto prazer e necessidade de curtir esta época do ano, os sorrisos, a energia dessa tradição. Sou daqueles que personaliza o abadá, organiza fantasia, pinta o rosto e usa muita purpurina. Já tenho algumas fantasias prontas e outras em produção. Este ano, vou homenagear Beyoncé, Anitta e o esporte", revelou.

Daniel Augusto afirma que o carnaval é uma paixão que se renova a cada ano
(foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)


Mas a comemoração não se limita à farra. O analista de comunicação encontra na folia um espaço de resistência e expressão política. "Ainda que seja uma festa popular, por trás de tudo isso há um cunho político, comunidades de resistência e minorias que lutam por várias pautas. O carnaval é uma liberdade de expressão. Como diz um trecho da música Eu, Fevereiro e Você, de Claudia Leitte: 'Um sorriso na cara faz revolução'", destacou.

Além disso, ele também mantém uma tradição pessoal: criar trilhas sonoras para o evento. "Minha playlist Carnaval de Dan surgiu na minha adolescência. Eu ia para Porto Seguro e voltava com CDs gravados com músicas baianas. Depois, passei a criar playlists para apresentar novos artistas da Bahia a cada ano", lembrou.

Silêncio e sossego
Na contramão da folia, há quem prefira aproveitar o período de maneira bem diferente. Caseiro assumido, o engenheiro Fellipe Cristian Mafra, 26, acredita que os dias de festa são sinônimo de tranquilidade. "Quando chega esta época, eu prefiro ficar em casa ou ir para a casa dos amigos. Geralmente, passamos o tempo jogando no computador ou só conversando", contou. Ele até tentou experimentar as festas quando era mais novo, mas a experiência não foi das melhores. "A aglomeração me incomoda muito, além do barulho. Prefiro lugares mais tranquilos. A energia do carnaval não é algo que me atrai", explicou o morador de Planaltina.
Fellipe Cristian costuma se reunir com os amigos para jogar ou buscar lugares tranquilos para visitar na capital
(foto: Arquivo pessoal)


De mesmo nome e gostos parecidos, Felipe Lacerda Daniel, 43, analista de TI, também nunca foi fã do festejo. Introvertido desde criança, sempre se sentiu desconfortável com grandes multidões e com os estilos musicais que predominam durante a festa de Momo. "O carnaval reúne tudo que eu evito: aglomerações, barulho e músicas que não me agradam. As poucas vezes que fui aos eventos, foi por pressão social, mas nunca me diverti de verdade", admitiu.

Para Felipe Lacerda, o carnaval é uma oportunidade para aproveitar a família, descansar e maratonar séries
(foto: Arquivo Pessoal)


Para ele, o feriado prolongado é uma oportunidade perfeita para ver séries, viajar para lugares menos movimentados ou simplesmente descansar. Mas, agora, pai de duas crianças, precisa se abrir um pouco mais à experiência carnavalesca. "Este ano, devo levar meus filhos a algum evento infantil de carnaval. Quero que tenham a chance de experimentar a festa antes de decidirem por conta própria se gostam ou não. Eu soube, desde cedo, que não era para mim", explicou o morador do Gama.



Fonte: Correio Braziliense

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