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Descobrimento do Brasil, 22 de abril de 1500

A chegada dos portugueses ou o “descobrimento do Brasil” foi um acontecimento que se passou em 22 de abril de 1500 e marcou o início da colonização brasileira.

No dia 22 de abril, os portugueses avistaram terra e, no dia seguinte, enviaram um grupo de homens que fez o primeiro contato com os indígenas.


O “descobrimento do Brasil” foi um acontecimento que se passou no dia 22 de abril de 1500 e marcou oficialmente a chegada dos portugueses ao território brasileiro. A chegada dos portugueses aqui foi um dos momentos mais marcantes das grandes navegações, realizadas durante todo o século XV.

A partir desse acontecimento, a presença portuguesa no território foi constante, embora diminuta no início. A partir da década de 1530, medidas colonizatórias foram implantadas aqui. Esse evento é polêmico e mobiliza os historiadores no debate acerca da validade do uso do termo “descobrimento”, considerado inadequado por muitos.

Resumo sobre o “descobrimento do Brasil”
  • O “descobrimento do Brasil” é como se conhece popularmente o evento que remete à chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500.
  • Esse acontecimento se deu em 22 de abril de 1500, quando a expedição de Pedro Álvares Cabral avistou terra no litoral baiano.
  • A chegada dos portugueses ao Brasil esteve no contexto das grandes navegações, expedições de exploração oceânica realizadas pelos portugueses a partir do século XV.
  • A chegada dos portugueses se deu por meio da expedição liderada por Pedro Álvares Cabral, que comandava 13 embarcações.
  • Existe um grande debate a respeito da intencionalidade da chegada dos portugueses aqui em 1500.
  • Depois da chegada dos portugueses, considera-se que foi iniciada a colonização do Brasil.

Quem descobriu o Brasil?

Na história tradicional, com viés eurocêntrico, tornou-se comum afirmar que Pedro Álvares Cabral, líder da expedição portuguesa, foi o responsável pelo descobrimento do Brasil. Entretanto, a historiografia atual não reforça esse viés, apontando que não houve descobrimento do Brasil, mas, sim, a chegada dos portugueses.

Nesse sentido, outros historiadores trabalham com outros conceitos, como “encontro”, “achamento”, e alguns falam até em “invasão”. O questionamento ao termo se deu porque a palavra “descobrimento” reforça um ponto de vista português e eurocentrado, uma vez que não houve descobrimento algum já que a terra era habitada por milhões de indígenas, espalhados por todo o território em questão.

Desse ponto de vista, não há descobrimento, mas há a chegada dos portugueses ao Brasil, o que lhes permitiu conhecerem uma terra que já era habitada pelos indígenas havia cerca de 11 mil anos, no mínimo.


Contexto histórico do “descobrimento do Brasil”

A chegada dos portugueses ao Brasil foi um dos maiores momentos das grandes navegações, processo iniciado pelos portugueses no século XV. As grandes navegações são como conhecemos as expedições exploratórias, organizadas pelos portugueses, no Oceano Atlântico ao longo desse século. Isso só foi possível graças a uma série de fatores.

Primeiro, a unificação territorial. O território nacional de Portugal foi consolidado em 1249, quando o rei d. Afonso III conseguiu conquistar definitivamente Algarve (região sul de Portugal) dos mouros. Outro fator importante foi a estabilidade política que o país experimentou a partir do final do século XIV.

Entre 1383 e 1385, aconteceu no país a Revolução de Avis, responsável por colocar João, mestre de Avis, no trono de Portugal. Com essa revolução, a dinastia Borgonha teve fim, e a nova dinastia, a de Avis, iniciou-se. Portugal experimentou uma grande estabilidade política que possibilitou ao país vivenciar um desenvolvimento comercial e tecnológico, o que incluiu o desenvolvimento náutico.

Além disso, a localização geográfica de Portugal garantia acesso fácil às correntes marítimas do Oceano Atlântico, e o desenvolvimento comercial de Lisboa tornava a cidade um centro importante. Por fim, a necessidade de encontrar uma nova rota para o Oriente — já que a usual, que passava por Constantinopla, havia sido fechada em 1453 — reforçou a exploração dos oceanos pelos portugueses.

Esses fatores nos ajudam a entender por que Portugal se lançou pioneiramente na exploração dos oceanos e por que as grandes “descobertas” do século XV foram realizadas por portugueses. A única grande exceção foi a expedição de Cristóvão Colombo, navegante genovês que chegou à América, em 12 de outubro de 1492, em uma empreitada financiada pela Espanha (Portugal recusou-se a financiar a expedição de Colombo).

No contexto da chegada dos portugueses ao Brasil, Portugal estava desfrutando o auge do comércio de especiarias da Índia, mercadorias oriundas da Ásia como pimenta-do-reino, noz-moscada, perfumes e incenso, que, por sua raridade no mercado europeu, eram valiosíssimas. A procura por uma nova rota para Índia era justamente para garantir o acesso a essas mercadorias.

Depois que os espanhóis chegaram à América, em 1492, as terras recém-descobertas começaram a ser disputadas por portugueses e espanhóis. Foi dessa preocupação dos portugueses em conter a expansão espanhola que saíram dois acordos: a bula Inter Caetera (1493) e o Tratado de Tordesilhas (1494).

Esses dois documentos dividiram as novas terras entre Portugal e Espanha, e o último estipulou a seguinte divisão: a 370 léguas, a oeste do arquipélago de Cabo Verde, seria passada uma linha imaginária. As terras a oeste dessa linha seriam espanholas, e as terras a leste dessa linha seriam portuguesas.

Como foi o “descobrimento do Brasil”?
Pedro Álvares Cabral foi o escolhido para capitanear a expedição portuguesa que chegou ao Brasil em 22 de abril de 1500.[1]

Nesse contexto de exploração das possibilidades de terra no oeste e de realização de comércio na Índia, Portugal organizou uma nova expedição. O nome escolhido para liderá-la foi o de Pedro Álvares Cabral, cavaleiro da Ordem de Cristo desde 1494 (importante ordem de cavaleiros). Os historiadores não sabem ao certo por que Cabral foi escolhido para ser o líder da expedição, já que existiam outros navegadores mais experientes que ele, como Bartolomeu Dias.

A expedição de Pedro Álvares Cabral contava com 13 embarcações, sendo nove naus, três caravelas e uma naveta de mantimentos. Os líderes de cada uma das embarcações eram: Pedro Álvares Cabral, Sancho Tovar, Simão de Miranda de Azevedo, Aires Gomes da Silva, Nicolau Coelho, Nuno Leitão da Cunha, Vasco de Ataíde, Bartolomeu Dias, Diogo Dias, Gaspar de Lemos, Luís Pires, Simão de Pina e Pero de Ataíde.|1|

A expedição de Cabral também contava com 1200 a 1500 homens, que zarparam de Lisboa no dia 9 de março de 1500. Após zarpar, a expedição navegou diretamente para o arquipélago de Cabo Verde, portanto, tomou uma rota distante da costa africana. A rota usual dos portugueses no rumo da Índia era mais próxima da costa, mas o caminho distinto sugere que eles tinham um roteiro diferente das demais expedições.

A rota da expedição de Cabral foi a seguinte:9 de março: zarparam de Lisboa.
  • 14 de março: passaram pelas Ilhas Canárias.
  • 22 de março: passaram por Cabo Verde.
  • 23 de março: desaparecimento da nau de Vasco Ataíde.
  • 29 e 30 de março: adentraram a região de calmaria na zona equatorial.
  • 10 de abril: passaram a 210 milhas de Fernando de Noronha.
  • 18 de abril: estavam próximos da Baía de Todos os Santos.
  • 21 de abril: avistaram sinais de aproximação de terra.
  • 22 de abril: avistaram o Monte Pascoal.|2| |3|

O avistamento de terras, que aconteceu no dia 22 de abril de 1500, foi relatado por Pero Vaz de Caminha, escrivão da expedição, da seguinte maneira:


No dia seguinte [22 de abril] — quarta-feira pela manhã — topamos aves a que os mesmos chamam de fura-buchos. Neste mesmo dia, à hora de vésperas [entre 15h e 18h], avistamos terra! Primeiramente um grande monte, muito alto e redondo; depois outras serras mais baixas, da parte sul em relação ao monte e, mais, terra chã. Com grandes arvoredos. Ao monte alto o Capitão deu o nome de Monte Pascoal; e à terra, Terra de Vera Cruz.|4|

Apesar de terem avistado terra no dia 22 de abril, foi só no dia seguinte que Cabral decidiu enviar homens, e foi aí que os primeiros contatos entre portugueses e nativos aconteceram. O relato de Pero Vaz de Caminha sobre eles afirmou que “eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse as suas vergonhas. Traziam nas mãos arcos e flechas”.|5|

Essa primeira expedição que marcou os contatos iniciais entre portugueses e nativos foi comandada por Nicolau Coelho. Ele e outros homens foram enviados para as margens da praia, em um bote, a fim de estabelecer uma relação com os indígenas, e esses contatos, naturalmente, foram pacíficos. Em uma outra passagem sobre os nativos, Pero Vaz de Caminha afirma que:


A feição deles é parda, algo avermelhada; de bons rostos e bons narizes. Em geral são bem-feitos. […] Ambos […] traziam o lábio de baixo furado e metido nele um osso branco e realmente osso, do comprimento de uma mão travessa, e da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do lábio, e a parte que fica entre o lábio e os dentes é feita à roque de xadrez, ali encaixado de maneira a não prejudicar o falar, o comer e o beber.|6|

O contato foi calmo, houve troca de presentes entre as duas partes, e alguns dos indígenas foram levados à embarcação onde estava o capitão-mor, Cabral, para que ele os conhecesse. Foram-lhes dados alimentos e vinho, mas eles rejeitaram a comida e não gostaram do que experimentaram, segundo o relato de Caminha.

Os portugueses seguiram mais alguns dias explorando a costa brasileira. No dia 26 de abril, um domingo, celebraram a primeira missa no Brasil, realizada pelo frei Henrique de Coimbra. Depois, os comandantes da expedição decidiram enviar uma embarcação para Portugal com a notícia do achamento da nova terra. Pero Vaz de Caminha também foi nomeado para relatar, com detalhes, as novidades das terras encontradas.

No dia 2 de maio, a expedição de Cabral partiu do Brasil em direção à Índia. O rei português, d. Manoel I, ficou sabendo da notícia do achamento da nova terra ainda em 1500. Apesar disso, o Brasil ficou em segundo plano, uma vez que a prioridade portuguesa, naquele momento, era continuar o comércio com a Índia.


Quem esteve no Brasil antes de Pedro Álvares Cabral?

Antes de Pedro Álvares Cabral, especula-se que Vincente Pinzón teria chegado ao Brasil. Essa hipótese fala que a expedição do espanhol teria chegado no Brasil em 26 de janeiro de 1500, entre Pernambuco e o Ceará. Muitos historiadores apontam que há evidências que sustentem a chegada de Pinzón na data citada, mas o debate ainda divide a historiografia.
Teorias sobre o “descobrimento do Brasil”

A chegada dos portugueses ao Brasil é um assunto polêmico de diversas maneiras, mas um dos debates que existem em relação a esse acontecimento histórico é a respeito da intencionalidade da expedição de Pedro Álvares Cabral em vir ao Brasil em 1500. É certo que os portugueses não sabiam da existência do Brasil.

Entretanto, os portugueses suspeitavam da existência de terras nessa porção sul do planeta e uma evidência disso foi a assinatura do Tratado de Tordesilhas. Esse acordo foi assinado por portugueses e espanhóis com a esperança de que houvesse terras para serem exploradas nessa porção oeste do planeta.

Além disso, sabemos que a expedição de Pedro Álvares Cabral iria para a Índia, e esse fato traz uma grande pergunta aos historiadores: “Teria Pedro Álvares Cabral chegado ao Brasil propositalmente ou foi uma grande jogada de sorte?”. Duas teorias se formaram para explicar essa intencionalidade da chegada dos portugueses.

Uma delas dizia que a expedição de Cabral chegou ao Brasil de maneira não intencional porque a expedição teria tido sua rota desviada após enfrentar uma tempestade no Oceano Atlântico. Os historiadores atualmente não reforçam essa teoria, apontando para o fato de que a expedição de Cabral desviou da rota usual que a levaria à Índia. Esse desvio teria sido intencional porque a ideia era verificar as possibilidades de Portugal na América, isto é, se haveria terras dentro do raio estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.

O que aconteceu após o “descobrimento do Brasil”?
A chegada dos portugueses ao Brasil não significou que medidas eficazes de colonização fossem tomadas pelos portugueses. Nas primeiras três décadas, a prioridade de Portugal era a Índia, assim, o Brasil foi colocado em uma posição secundária. Os portugueses fizeram algumas expedições de exploração, estabeleceram feitorias e exploraram o pau-brasil.

Foi somente a partir da década de 1530, com o declínio do comércio de especiarias e as invasões francesas, que os portugueses iniciaram uma política de colonização efetiva, decidindo introduzir a produção de açúcar no Brasil, além de dividir o território em capitanias hereditárias, dando aos donatários o direito de investir nesses domínios.

Veja também: O que foram as capitanias hereditárias?

Dia do Descobrimento do Brasil
O Dia do Descobrimento do Brasil ocorre anualmente em 22 de abril. Isso porque o “descobrimento do Brasil” é como se conhece popularmente o evento que os historiadores definem como a chegada dos portugueses ao Brasil, em 22 de abril de 1500 e que ocorreu quando a expedição liderada por Pedro Álvares Cabral avistou terra na região de Porto Seguro, na Bahia.

Esse evento marcou o início da presença portuguesa no Brasil, dando início também ao período da sua colonização. A chegada dos portugueses foi resultado das grandes navegações, processo de exploração oceânica que permitiu os europeus explorarem o Oceano Atlântico, dando-lhes a possibilidade de chegar à Índia e à América, até então desconhecida para os europeus.

Dia do Descobrimento do Brasil é feriado?
O Dia do Descobrimento do Brasil é uma data importante na história do Brasil, no entanto, a data não é considerada feriado nacional. No passado, ela já havia sido considerada dessa forma, mas deixou de sê-lo, em 1930, por ordem do governo de Getúlio Vargas. O dia do descobrimento foi considerado feriado nacional no período da Primeira República.

Entretanto, diferentemente de hoje, o dia do descobrimento era celebrado em 3 de maio porque se acreditava na época que a chegada dos portugueses ao Brasil teria sido em 3 de maio. Isso mudou quando foi descoberta a carta de Pero Vaz de Caminha, documento que confirmou que a chegada dos portugueses ao Brasil ocorreu em 22 de abril.

Curiosidades sobre o descobrimento do Brasil
  • O pagamento de Pedro Álvares Cabral foi de 10 mil cruzados (o equivalente a 35 quilos de ouro). Ele também poderia comprar e vender 30 toneladas de pimenta e 10 caixas de outra especiaria. Um marinheiro comum, por sua vez, ganhava 10 cruzados mensalmente, além de 10 quintais de pimenta.|7|
  • Pedro Álvares Cabral tinha 1,90 m de altura.
  • Era comum que, nessas expedições marítimas da Idade Moderna, prostitutas fossem levadas escondidas nas embarcações.
  • O escorbuto (doença causada pela falta de vitamina C) era uma das doenças que mais afetavam os marinheiros no período das grandes navegações.
  • Ainda não se sabe o que houve com a nau de Vasco Ataíde (uma das 13 naus da expedição de Cabral), mas acredita-se que tenha naufragado durante uma tempestade.
  • O primeiro nome dado ao Brasil foi Ilha de Vera Cruz, e depois passou a se chamar Terra de Santa Cruz.
  • Outro nome pelo qual o Brasil foi chamado, à época, foi Terra dos Papagaios, em decorrência da quantidade de papagaios que havia aqui.
  • Pero Vaz de Caminha, quando relatou o achamento do Brasil para o rei português, acreditou que as novas terras eram, na verdade, uma ilha.
  • A Ilha de Fernando de Noronha tem esse nome em referência a Fernão de Noronha, fidalgo português que recebeu a ilha como capitania do rei de Portugal, em 1504.
  • Estima-se que, quando da chegada dos portugueses, aproximadamente sete milhões de indígenas viviam no território brasileiro.
  • Quando a expedição de Cabral partiu do Brasil, em 2 de maio de 1500, dois grumetes desertores e dois degredados foram deixados no território com os nativos.
  • Antes de se chamar Pedro Álvares Cabral, o nome do líder da expedição portuguesa era Pedro Álvares Gouveia. A troca de nome deu-se com o abandono do sobrenome de sua mãe, d. Isabel Gouveia, e a adesão do sobrenome de seu pai, Fernão Cabral.
FONTE: BRASIL ESCOLA

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