Documento da SOS Mata Atlântica, realizado anualmente por conta do Dia do Rio Tietê, celebrado nesta segunda-feira (22), aponta que a maioria dos pontos avaliados no estado também ficou com qualidade regular em 2025.

Orla turística de Barra Bonita, às margens do Rio Tietê — Foto: Prefeitura de Barra Bonita/Divulgação
O relatório Observando os Rios, organizado pela SOS Mata Atlântica, mostrou que a água do Rio Tietê em Barra Bonita (SP), no centro-oeste paulista, foi classificada como regular em todos os meses de 2025. O estudo avalia a qualidade da água de rios no estado de São Paulo.
O relatório demonstra que a maioria dos pontos analisados no estado apresentou índices entre regular (61,8%), ruim (27,3%) e péssima (9,1%).
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Resultados do IQA de 2024 e 2025 que analisoou a água do Rio Tietê — Foto: Fundação SOS Mata Atlântica/Reprodução
A análise é realizada anualmente, sempre na mesma época, por ocasião do Dia do Rio Tietê, celebrado nesta segunda-feira (22). Em 2024, o rio também era monitorado em Botucatu, onde a qualidade da água havia sido classificada como boa, mas esse ponto deixou de constar no relatório a partir de maio de 2024.
Os dados são usados para calcular o Índice de Qualidade da Água (IQA), que classifica os rios em cinco categorias: ótima, boa, regular, ruim e péssima.
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Índice de Qualidade da Água (IQA), utilizado no monitoramento dos rios, classifica a água em cinco categorias — Foto: Arte/g1
A medição é feita por instituições de ensino médio e superior, que coletam amostras e as analisam com base nos parâmetros do IQA, como oxigênio dissolvido, coliformes fecais, turbidez, fosfato, nitrato e pH.
Projeto premiado
Em Barra Bonita, a análise é feita por estudantes do Colégio Sesi. Em 2025, eles foram premiados em uma competição de robótica nos Estados Unidos ao desenvolverem um coletor de amostras de água inovador, sustentável e de baixo custo.
A ideia surgiu no laboratório da escola e foi testada na prática durante um dia de coleta no trecho do Rio Tietê que passa pela cidade. O equipamento permite separar amostras de água e de fitoplâncton com mais precisão.
Assim como em anos anteriores, nenhum ponto foi classificado como ótimo, resultado que, segundo especialistas, já era esperado, pois qualquer alteração na água pode afetar a qualidade das amostras.
Segundo apuração da TV TEM, o estudo de 2025 contou com a participação de 46 grupos de voluntários em 24 municípios, com apoio de universidades e da equipe técnica da fundação. No total, foram analisados 55 pontos em 41 rios da bacia do Rio Tietê.
Mancha de poluição diminuiu
Ainda segundo o relatório, foi possível identificar que a mancha de poluição diminuiu no Rio Tietê. O termo se refere a extensão de água imprópria para usos múltiplos.
Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, a mancha diminuiu de 207 quilômetros, em 2024, para 174 quilômetros em 2025, o que equivale a uma redução de 15,9%.
Apesar da redução, o dado está acompanhado da menor extensão de água boa da série de estudos. A situação começou a piorar ainda em 2022, portanto, a piora de 2024 não foi um caso isolado.
Segundo a pesquisa, é possível estabelecer que, apesar de ter oscilações anuais, a qualidade do Tietê permanece vulnerável e não há sinais consistentes de uma recuperação duradoura.
A água de boa qualidade se restringiu a apenas 34 quilômetros entre os municípios de Salesópolis e Biritiba-Mirim, o que representa uma redução de mais de 70% em relação aos 119 quilômetros registrados em 2024. Já o trecho com água em condição regular avançou para 368 quilômetros, frente a 250 quilômetros no ano passado.