Falta de mão de obra qualificada mantém vagas abertas em setores como os de calçados e enxovais em Ibitinga e Jaú (SP). Empresários chegam a treinar novatos por conta própria.

A falta de mão de obra qualificada tem dificultado a contratação de funcionários em Ibitinga e Jaú (SP), mesmo em áreas que oferecem salários acima da média do mercado, benefícios extras e oportunidades de crescimento.
Em Ibitinga, conhecida nacionalmente pela produção de enxovais, empresários têm encontrado dificuldade para preencher cargos de início de carreira nas fábricas.
“Está sendo bem complicado. Mesmo a cidade oferecendo vários cursos para aperfeiçoamento, está difícil. Os próprios empresários é que estão fazendo as funções de mão de obra”, afirma a empresária Maria Alice Siervi à TV TEM.
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Empresários têm encontrado dificuldade para preencher cargos básicos nas fábricas — Foto: TV TEM/Reprodução
Uma das indústrias da cidade conta atualmente com 120 colaboradores, o que não tem sido suficiente para atender a demanda. A solução encontrada pela empresa foi abrir uma nova unidade em Novo Horizonte (SP), a cerca de 60 km de distância.
“A nossa maior dificuldade são os auxiliares: costura, corte, embalagem e outros. Nós estamos contratando pessoas que não têm muita experiência e fazemos treinamento para elas.”, explica a empresária Beatriz Gilavert.
As costureiras chegam a receber até R$ 3 mil, além de vale-alimentação e descontos em creches. No entanto, mesmo com esses benefícios, a procura pelo emprego é baixa.
Outra cidade
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Na fábrica, cerca de 120 mil pares de calçados são produzidos por mês — Foto: TV TEM/Reprodução
Em Jaú, cidade com tradição na fabricação de calçados, o empresário Luís Felipe Rodomonte também relata sentir os reflexos dessa situação. Na fábrica em que trabalha, cerca de 120 mil pares de sapato são produzidos por mês e, antes de ficarem prontos, eles são feitos por até 70 profissionais .
“Essas vagas vêm em aberto desde meados do ano passado. Temos que fazer alguns malabarismos e tentar sempre investir naquilo que tem de mais atual em produtividade, para que a gente consiga qualificar e obter mais produtividade dessa mão de obra que a gente já tem e consegue reter.” , conta Luís.
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Cada sapato passa são feitos por até 70 profissionais até ficar pronto — Foto: TV TEM/Reprodução
Problema comum
De acordo com a consultora de empresas, Daniela Diniz, a dificuldade para preencher as vagas não é um problema isolado.
“Esse é um reflexo do mercado de trabalho brasileiro. Existe um déficit de formação e um déficit de pessoas também buscando a pós-formação, que é o investimento no repertório e desenvolvimento de novas habilidades, em um mercado com muita mudança”, explica.
Enquanto isso, muitas empresas seguem operando com equipes reduzidas e buscando soluções internas para formar novos colaboradores.
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Daniela Diniz, consultora de empresas, explica sobre a dificuldade em preencher vagas — Foto: TV TEM/Reprodução
FONTE: G1