crime AMBIENTAL

Área de vegetação seca foi consumida pelas chamas e o tráfego de carros na Rodovia Transbrasiliana (BR-153) em Ourinhos, foi monitorado em razão da fumaça. Em Botucatu (SP), no mesmo dia, um incêndio em área de mata no bairro Jardim Itamarati também chamou atenção dos moradores. Na terça-feira, 19, um incêndio atingiu uma empresa metalúrgica em Marília
Um incêndio de grandes proporções registrado na noite de segunda-feira (18) atingiu uma área equivalente a mais de 7 campos de futebol no bairro São Judas Tadeu, em Ourinhos.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a ocorrência teve início por volta das 19h em uma área de difícil acesso do município com suspeita de ter sido causado intencionalmente. Em razão da estiagem e mato alto, as chamas se alastraram rapidamente.
A equipe da corporação trabalhou para que o incêndio, contabilizado em 55 mil m², não atingisse duas concessionárias de carros e casas da região.
Além disso, ainda segundo o Corpo de Bombeiros, o tráfego de carros na Rodovia Transbrasiliana (BR-153) foi monitorado pela polícia Rodoviária Federal de Ourinhos em razão da fumaça no local. O combate se estendeu até as 21h30 de segunda (18) e ninguém se feriu.
Prevenção e combate a incêndios em Ourinhos
Em entrevista ao Tribuna Ourinhense, o comandante do Corpo de Bombeiros de Ourinhos, Tenente Igor Leme explicou de que forma a corporação atua durante os meses do ano, na prevenção e combate as queimadas. “Neste período em que estamos, que vai de junho a outubro, mas principalmente nos meses de agosto e setembro, o número de incêndios florestais e vegetais, são potencializados. Isso ocorre porque no início do ano, durante o verão temos abundância de chuvas e temperaturas quentes, então a vegetação cresce e quando entra o outono, a vegetação começa a secar, e no término do inverno e início da primavera, geralmente as temperaturas começam a aumentar, além dos ventos fortes, e a umidade relativa do ar fica mais baixa. Então nós temos três fatores que potencializam as ocorrências de incêndios: a temperatura acima dos 30ºC, a umidade relativa do ar abaixo de 30% e os ventos acima de 30 km/h, quando isso acontece, há uma tendência dos incêndios se propagarem rapidamente. Nós temos durante o ano todo, a Operação São Paulo sem Fogo, que se divide em fases: a fase verde de janeiro a março, quando o foco é o planejamento das ações, nos preparando para as ações que teremos ao longo de todo ano. Depois vem a fase amarela, de abril e maio, quando se identifica as ações preventivas de preparação com a conscientização da população, além da parte de fiscalização que é feita pela Polícia Ambiental e secretaria do meio ambiente. Na fase vermelha que vai de junho a outubro, é quando temos a maior quantidade, desse tipo de ocorrência. Aí o foco total são as ações de resposta as ocorrências, que é trabalhar no menor tempo possível e dar melhor estrutura de atendimento. Nas fases verde e amarela, nós treinamos não apenas os bombeiros, mas também os integrantes das Defesas Civis das cidades da região, para que elas possam fazer o combate a pequenos focos de incêndios em coberturas vegetais. Além disso, existem as brigadas das empresas. Em outubro quando vem a ocorrência de chuvas, os incêndios começam a diminuir e voltamos a fase verde que se mantém até o final do ano”, revelou.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, a grande maioria dos incêndios são provocados por ação humana. “As pessoas querem resolver um problema local que é um lixo, um mato alto ou um terreno baldio com bastante material e ao colocar fogo que deveria queimar apenas aquele material, acaba por se proliferar para outras áreas, devido a climatologia, então o que deveria ser um pequeno foco de incêndio, torna-se um foco gigantesco que atrapalha a vida de todo mundo e gera danos, não somente ao meio-ambiente, mas sobretudo a saúde da população, que tem que respirar um ar carregado pela fuligem lançada na atmosfera. Para se ter a ideia da dimensão destas ocorrências, neste ano, até este mês de agosto, foram registrados 1.979 focos de incêndio na cidade, dentre as quais, 240 em áreas de risco, o que representou um total de 808 mil metros quadrados queimados”, informou.

Incêndios em Botucatu e Marília
Um incêndio de grandes proporções também atingiu uma área de mata no bairro Jardim Itamarati e Bem-te-vi II na segunda (18), em Botucatu.
Em razão da baixa umidade do ar e o mato alto, as chamas se alastraram rapidamente e chamou atenção dos moradores do local. O fogo foi controlado por equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Guarda Municipal de Botucatu.
Ainda não há uma contabilização total da área atingida pelo incêndio e, segundo a Defesa Civil, ninguém se feriu. A suspeita das autoridades é de que o incêndio tenha sido provocado de forma criminosa.


Na terça-feira, 19, um incêndio atingiu uma empresa metalúrgica na zona norte de Marília. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as chamas teriam começado por volta das 23h e destruíram boa parte de uma sala da empresa. Apesar dos danos materiais, não há registros de pessoas feridas. As causas do incêndio ainda serão investigadas pela Polícia Civil.