De acordo com dados do IBGE, divulgados na quarta-feira (5), 81% dos moradores de Balbinos (SP) não vivem em união conjugal. Índice, que considera pessoas que não moram com parceiros, é influenciado pela presença de duas penitenciárias masculinas na cidade.
Balbinos (SP), a cidade do Brasil com mais homens, também é a que tem mais pessoas sem união conjugal, entre homens e mulheres, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (5). O resultado é influenciado pela presença de duas penitenciárias masculinas instaladas no município.
Segundo o instituto, 81% da população da cidade não têm união conjugal. Essa categoria, para o IBGE, identifica a pessoa que mantém uma união com outra, seja no casamento civil, religioso ou em união estável, com ou sem formalização, mas com moradia conjunta. Veja a porcentagem de cada cidade do Brasil no infográfico abaixo.
As pessoas que não estão em união com alguém não são necessariamente solteiras. Elas podem morar sozinhas, mas ainda manter um relacionamento, por exemplo.
O dado considera a população com dez anos ou mais que vive ou não em algum tipo de união conjugal, segundo informações preliminares do Censo 2022.
A cidade também lidera entre as que já tiveram união. Cerca de 50% dos moradores já foram cônjuges de outras pessoas, mas hoje estão separados, viúvos ou divorciados.
Ao g1, Luciene Aparecida Longo, técnica do IBGE, explica que o conceito de união consensual adotado pelo Censo não exige comprovação documental.
“A resposta depende de quem declara. Uma pessoa pode se considerar em união, enquanto a outra se vê como namorada, por exemplo”, afirma.
Ela reforça que o IBGE questiona sobre uniões a partir dos dez anos de idade por entender que isso também faz parte da realidade brasileira, embora não seja permitido por lei.

Balbinos (SP) é a cidade brasileira com mais homens — Foto: Prefeitura de Balbinos/Divulgação
Há uma explicação
O que chama atenção na cidade é a população carcerária, que pode justificar os dois rankings: o de maior número de pessoas sem união conjugal e o de predominância masculina.
Isso ocorre porque Balbinos abriga duas penitenciárias masculinas, o que explica tanto a ausência de uniões quanto o número elevado de homens.
A maioria desses homens cumpre pena nas penitenciárias, inauguradas em 2006, que abrigam presos em regime fechado. O número de detentos, inclusive, é maior do que o de moradores livres.
De acordo com dados disponíveis no site da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), há 1.479 detentos na Penitenciária I e 1.265 na Penitenciária II – números atualizados na quarta-feira (5).
A população total da cidade é de 3.887 habitantes, segundo o Censo 2022. Desse total, 2.744 pessoas, o equivalente a cerca de 70% dos moradores, estão presas nas duas unidades masculinas. Restam pouco mais de 1.100 habitantes fora das penitenciárias.
No Censo anterior, realizado em 2010, essa diferença entre homens e mulheres já era uma realidade, quatro anos depois da inauguração dos presídios. Na época, a população carcerária correspondia a mais de 80% dos habitantes.
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Um dos presídios que abriga parte da população de Balbinos (SP) — Foto: Paulo Toledo Piza/g1/Arquivo
Dados vão contra a realidade brasileira
No Brasil, mais de 90 milhões de pessoas com dez anos ou mais, o equivalente a 51% da população, vivem em algum tipo de união conjugal, segundo os dados preliminares do Censo 2022. Em 2010, eram 81 milhões, cerca de 50% da população.
Os demais 85,7 milhões de brasileiros (49%) não estão em união conjugal. Em 2010, esse número era de 80,9 milhões (50%).
Entre eles, 53 milhões (30%) nunca moraram com cônjuge ou companheiro. Em 2010, eram 57,2 milhões (35%). Já 32,6 milhões (19%) são separados, viúvos ou divorciados. Em 2010, eram 23,6 milhões (15%).













