Ex-presidente da Cohab de Bauru, Edison Gasparini Junior, é condenado a 7 anos de prisão por lavagem de dinheiro

A justiça de Bauru (SP) condenou o ex-presidente da Companhia de Habitação Popular (Cohab), Edison Bastos Gasparini Junior, a sete anos de prisão, em regime inicial semiaberto, pelo crime de lavagem de dinheiro. A decisão, proferida nesta quarta-feira (10) pela 2ª Vara Criminal, cabe recurso.

A ação faz parte dos desdobramentos da Operação João de Barro, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em 2019, que revelou um esquema de corrupção e o desvio de aproximadamente R$ 55 milhões dos cofres da Cohab ao longo dos anos. À época, mais de R$ 1,6 milhão em dinheiro foram apreendidos na casa do ex-presidente da companhia.

Além da pena de prisão, o ex-presidente terá de pagar 21 dias-multa, cada um fixado em cinco salários mínimos. A esposa de Edison, Izabel Cristina Gonçalves Dias Gasparini, recebeu a mesma condenação e também poderá recorrer em liberdade.

Outros dois réus também foram sentenciados no mesmo processo: Paulo Sérgio Gobbi, ex-diretor da Cohab – condenado a cinco anos e dez meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, além do pagamento de multa, pelo crime de lavagem de dinheiro.

Já Cleberson Rocha Joaquim, ex-funcionário de uma fazenda da família Gasparini, recebeu pena de sete meses de detenção, em regime inicial aberto, e multa que foi substituída por prestação de serviços à comunidade, pelo crime de fraude processual.

A decisão também determinou absolvições em parte das acusações feitas pelo Ministério Público. Edison Gasparini Junior e Izabel Cristina foram absolvidos de três episódios adicionais de lavagem de dinheiro, por falta de provas suficientes.

Além disso, Mariana Gonçalves Dias Gasparini, filha do casal, e Maria Luzia Giacometo Dias, mãe de Izabel, foram integralmente absolvidas da acusação de lavagem de dinheiro.

Todos os réus – Edison, Izabel, Mariana, Paulo Sérgio e Maria Luzia – também foram absolvidos da acusação de participação em organização criminosa.

Em nota, a defesa de Edison Gasparini e de todos os membros da família declarou que a sentença foi “tecnicamente correta” nas absolvições, mas que também apresentará recurso contra a condenação por lavagem de dinheiro.

O g1 tenta contato com a defesa dos outros condenados na ação, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem.

Desvios milionários

Entre os desdobramentos da investigação iniciada pela Operação João de Barro, Edison Gasparini Júnior, também já foi condenado anteriormente, inclusive, em segunda instância, por desvios milionários na companhia.

O Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a condenação dele por peculato e organização criminosa, em um processo que apura o desvio de cerca de R$ 55 milhões da companhia.

De acordo com o Ministério Público, o montante deveria ter sido utilizado para o pagamento parcial de dívidas da Cohab com a Caixa Econômica Federal referentes a seguros habitacionais não quitados entre 1998 e 2010.

Edison também foi condenado por improbidade administrativa em outra ação que revelou que uma viagem a Bruxelas, supostamente para participação em um fórum de habitação, nunca ocorreu.

Segundo a investigação, o evento foi usado como pretexto para uma viagem de lazer financiada com recursos da Cohab.

Como todas as ações ainda permitem recurso, ninguém foi preso até o momento.


Fonte Original: G1 Bauru e Marília

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