Êxodo rural avança em Marília e reduz população do campo em quase 70% em um ano

Migração é impulsionada pela mecanização agrícola e pela busca por melhores condições de vida nas cidades. Apesar da queda no número de moradores da zona rural, o consumo por pessoa no campo cresceu, mostrando aumento do poder de compra entre os que permanecem.

A mecanização e a informatização no campo têm provocado um movimento já bastante conhecido chamado de êxodo rural. Na região de Marília (SP), o número de pessoas que vivem na zona rural caiu quase 70% de 2024 para 2025.

Depois de viver a maior parte da vida morando na zona rural, Ana Maria Golzio decidiu se mudar para a cidade com as três filhas. Ela conseguiu a casa própria pelo programa Minha Casa Minha Vida.

O principal motivo da decisão, segundo ela, foi o acesso a melhores condições de vida para suas filhas: “O acesso a escola, porque o ônibus vem, pega a benzina à porta de casa, então as crianças vão mais fácil para a escola”.

Ao chegar à cidade, Ana Maria começou a trabalhar no açougue de um supermercado. Mesmo sentindo falta do campo, ela ainda vê vantagens em continuar na cidade:

“No bairro mesmo tem o mercadinho, qualquer coisa que falta a gente vai lá e pega. Na fazenda, não, porque a gente tinha que passar daquele jeito, porque não tinha, a gente tinha que se virar com o que tinha lá.”
Segundo o economista Benedito Godofredo, o movimento de saída das pessoas do campo continua acontecendo:

“Principalmente devido à mecanização, à informatização do meio rural, muitas pessoas que estão hoje lá não conseguem esse acesso. E, às vezes, propriedades menores, que não valem a pena certos investimentos. Este, e principalmente se a pessoa é um pouco mais jovem, a tendência é ele migrar para o meio urbano.”

Êxodo rural avança em Marília e reduz população do campo em quase 70% em um ano — Foto: Reprodução/TV TEM

Segundo o Índice de Potencial de Consumo, em 2024, 9.062 pessoas moravam na zona rural em Marília. Em 2025, o número caiu para 2.842 pessoas, uma redução de 68,64%.

O consumo por pessoa no campo, no entanto, aumentou 18,46%. Isso mostra que, embora menos gente more na zona rural, quem está no campo tem mais poder de compra.

Como o casal Aparecido e Eliane Oliveira, que mora em um sítio arrendado há seis anos e leva uma rotina tranquila. Na propriedade, há uma horta, criação de animais e um custo de vida mais baixo. Na cidade, os gastos eram maiores.

Enquanto uns encontram no meio urbano mais acesso e oportunidades, outros escolhem o silêncio da roça, o verde e outras particularidades. “Sair do sítio é só no fim da vida mesmo”, confessam.

Fonte: G1

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