Febre da primavera? Chegada da nova estação pode melhorar o humor e até aumentar a libido; entenda

Termo é uma expressão popular utilizada para se referir às mudanças emocionais durante a estação. Pesquisas indicam que a exposição ao sol exerce efeitos reais sobre o humor, a disposição e o apetite sexual.

As árvores já anunciam a chegada da estação das flores: a primavera. Com pétalas coloridas e o aroma delicado, é difícil não se alegrar com a paisagem. Mas, você sabia que pesquisas apontam que é possível, de fato, notar melhoras no humor e até um aumento da libido durante essa época do ano?

Este fenômeno é chamado de “febre da primavera”, e já foi alvo de diversos estudos. Segundo a psicóloga Talita Bardinelli, de Sorocaba (SP), os dias mais longos e as temperaturas amenas, característicos da estação, incentivam os momentos de lazer e de interação social. Como consequência, esse aumento no bem-estar pode despertar o desejo sexual em algumas pessoas.

“O fenômeno cultural da ‘febre da primavera’ pode ser reforçado por aspectos psicossociais como roupas mais leves, maior contato social, atividades ao ar livre e a sensação simbólica de renovação associada à estação. Esses elementos, somados aos demais fatores, criam um cenário que favorece tanto o bem-estar quanto a percepção de aumento do desejo sexual”, explica.

Segundo a especialista, o aumento da luz solar durante a primavera faz com que as pessoas tenham mais contato com a natureza. A exposição ao sol ajuda a regular a melatonina, aumenta a serotonina e estimula a produção de vitamina D, de acordo com Talita.

“Esses fatores nos deixam mais despertos, favorecem o humor, aumentam a energia e fortalecem a imunidade. Mesmo pequenos ajustes já influenciam bastante para que as pessoas se sintam mais animadas e ativas nessa época do ano”, explica.

Entenda o fenômeno "febre da primavera" — Foto: Fernanda Cordeiro/g1

Entenda o fenômeno “febre da primavera” — Foto: Fernanda Cordeiro/g1

No entanto, a especialista ressalta que o fenômeno não é reconhecido pela ciência como um quadro clínico. Apesar disso, pesquisas indicam que a exposição ao sol exerce efeitos reais sobre o humor, a disposição e o apetite sexual, segundo a psicóloga.

“A combinação do clima agradável, mais interações sociais e sensação de bem-estar pode aumentar naturalmente o interesse sexual. Assim, pode-se compreender que a luz natural favorece a sensação de aumento da libido, seja pelo estímulo aos hormônios sexuais, ou indiretamente, ao melhorar o humor, a energia e a motivação”, diz.

Dessa forma, apesar do nome sugerir algo ruim, a “febre da primavera” é um grande estímulo de vitalidade, de acordo com Talita. No entanto, cada pessoa reage de maneira diferente.

“A primavera fornece um incentivo maior às interações sociais e à criatividade. Culturalmente nós somos incentivados a ter uma troca social maior nesse período, o que colabora para momentos de lazer e descompressão que acabam sendo muitas vezes evitados em estações com temperaturas mais extremas”, diz.

“Os efeitos mais comuns aparecem no jeito de encarar o dia a dia: muitas pessoas relatam mais energia, disposição para coisas novas e vontade maior de estar perto de outras pessoas. Também citam melhora do humor e uma sensação de leveza e bem-estar”, finaliza.

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Fenômeno 'febre da primavera' pode ter efeitos adversos — Foto: Júlia Martins/g1

Fenômeno ‘febre da primavera’ pode ter efeitos adversos — Foto: Júlia Martins/g1

Efeitos adversos

Como qualquer fator da natureza, o fenômeno também pode trazer efeitos adversos, de acordo com Talita. Apesar de ser algo positivo para a maioria, algumas pessoas podem apresentar reações indesejadas.

“Pode causar insônia por excesso de energia, ansiedade e irritabilidade, dificuldade de concentração e exaustão. Portanto, essa energia extra pode se transformar em inquietação, leve ansiedade ou até dificuldade para relaxar”, explica a psicóloga.

Além dos sintomas emocionais, a especialista destaca que o fenômeno também pode agravar quadros alérgicos durante a estação. “Também podem surgir problemas físicos, como alergias devido à polinização das flores e ao aumento da umidade do ar, além da foto dermatite causada pela maior exposição ao sol”, finaliza.

Psicóloga de Sorocaba (SP), Talita Bardinelli, fala sobre 'febre da primavera' — Foto: Arquivo Pessoal

Psicóloga de Sorocaba (SP), Talita Bardinelli, fala sobre ‘febre da primavera’ — Foto: Arquivo Pessoal

Primavera começa na segunda-feira (22) — Foto: Larissa Pandori/g1

Fonte: G1

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