Operação Alquimia faz parte da investigação da cadeia de falsificação de bebidas alcoólicas que tem feito várias vítimas fatais em todo o país. Ação ocorre simultaneamente em São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Agentes da polícia Federal (PF), da receita Federal, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e do Ministério da Agricultura e Pecuária realizam nesta quinta-feira (16) uma operação de fiscalização em locais suspeitos de funcionarem como fábricas clandestinas e usinas ilegais.
A Operação Alquimia faz parte da investigação da cadeia de falsificação de bebidas alcoólicas com metanol que tem feito várias vítimas fatais em todo o país.
As coletas estão sendo realizadas em 24 empresas localizadas em 21 cidades, de cinco estados brasileiros: São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
O levantamento mais recente do Ministério da saúde diz que, até está quarta (15), o Brasil já tem oito mortes mortes confirmadas por intoxicação, seis em São Paulo e duas em Pernambuco.
O objetivo da operação da PF é identificar a origem do metanol e confirmar se há relação entre os materiais apreendidos nesta operação e outras amostras já recolhidas pela Polícia Federal e por órgãos como a ANP.
As equipes envolvidas vão verificar a procedência dos materiais apreendidos e coletar amostras para análise no Instituto Nacional de Criminalística (INC).
“As empresas selecionadas para as coletas de elementos e amostras foram escolhidas com base no potencial de envolvimento na cadeia do metanol, desde a importação da substância até sua possível destinação irregular. Entre os alvos estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas. Os importadores são responsáveis pela entrada do metanol no país, utilizando-o em seus processos produtivos e revendendo o produto para empresas químicas”, disse a Receita em comunicado.
crime organizado investigado
Segundo a PF e a Receita, a Operação Alquimia desta quinta (16) é um desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, que revelaram um esquema de adulteração de combustíveis com metanol com envolvimento do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os dois órgãos dizem que “há fortes indícios de que esse combustível adulterado esteja sendo utilizado na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas, configurando uma cadeia de irregularidades com alto potencial de risco à saúde pública”.
A Operação Boyle foi conduzida para apurar possíveis casos de adulteração de combustíveis por meio da utilização de metanol. A partir da análise do material apreendido, surgiu a Operação Carbono Oculto, que revelou – por sua vez – um esquema que consistia na compra de metanol importado por empresas químicas regulares, que o repassavam a empresas de fachada.
Essas empresas, por sua vez, desviavam o produto para postos de combustíveis, onde o metanol era adicionado de forma ilícita à gasolina comercializada ao consumidor final. Tudo com participação de integrantes do PCC, que eram financiados por ao menos 40 fundos de investimentos legais operados através de empresas da Faria Lima – centro financeiro de São Paulo.

PF, Receita e ANP fazem operação Alquimia, de combate a fraudes em bebidas alcóolicas através de empresas de combustíveis em 5 estados brasileiros. — Foto: Montagem/g1/Divulgação/Receita Federal
As 21 cidades alvo da Operação Alquimia são as seguintes, segundo a Receita Federal:
São Paulo
- Araçariguama
- Arujá
- Avaré
- Cerqueira César
- Cotia
- Guarulhos
- Jandira
- Laranjal Paulista
- Limeira
- Morro Agudo
- Palmital
- Sumaré
- Suzano
Mato Grosso do Sul
- Caarapó
- Campo Grande
- Dourados
Paraná
- Araucária
- Colombo
- Paranaguá
Mato Grosso
- Várzea Grande
Santa Catarina
- Cocal do Sul
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/Q/n/bXoLyZSuSPwQWcNAxbvA/15.10.2025-receita-federal-operacao-alquimia-infografico.png)
Gráfico da Receita Federal mostra como funciona o esquema da Operação Alquimia. — Foto: Divulgação/Receita Federal