‘Nem eu sabia que ele amava tanto assim meu filho para não suportar’, diz viúva de homem que infartou ao visitar enteado internado em Santo Antônio da Platina

Após enterro do padrasto, Vitor morreu. Angélica Paiva da Silva, mãe e viúva, disse que filho estava internado por complicações causadas pelo uso de cigarro eletrônico.

João, Angélica e Vitor. — Foto: Arquivo pessoal

Angélica Paiva da Silva lembra que João Gonçalves, de 55 anos, e Vitor Silva, de 16, eram amigos e tinham uma boa relação de padrasto e enteado. Ela ficou viúva e perdeu o filho após praticamente ao mesmo tempo após os dois morrerem com apenas um dia de diferença.

A família é de Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, e o caso tem causado comoção.


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No domingo (23), Vitor estava internado quando João foi visitá-lo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Norte Pioneiro. Antes, o casal conversou por telefone, e este foi o modo que o padrasto soube que o jovem estava com um problema de saúde grave em decorrência do uso de cigarros eletrônicos.

Enquanto estava na recepção do hospital, João teve um infarto e morreu, mesmo com a ação rápida da equipe médica.

“E ele [João] amava, e nem eu sabia que ele amava tanto assim meu filho para não suportar a notícia que ele estava intubado”, Angélica conta.

Um dia depois, na segunda-feira (24), depois de ir ao sepultamento do marido, Angélica chegou ao hospital e viu que o filho estava em parada cardíaca. Ela lembra de pensar, enquanto os médicos corriam: “Meu Deus, de novo não”.

O adolescente morreu minutos depois.

Insuficiência respiratória

A certidão de óbito de Vitor apontou que o jovem teve sepse de foco pulmonar e insuficiência respiratória aguda por tabagismo com uso de cigarro eletrônico. A família descobriu que ele estava usando o dispositivo apenas no momento em que ele foi levado ao hospital. Durante o atendimento, ele contou sobre o uso aos médicos.

“Esse cigarro eletrônico pode parecer inofensivo, mas ele acabou com a minha família em dois dias, perdi meu filho e perdi meu marido. […] É uma modinha, só que mais quantas mães vão chorar pelos filhos por causa disso?”, disse Angélica.

Angélica e João estavam juntos há oito anos. Ela conta que, além da amizade, o marido batizou o adolescente na igreja e o ajudou a arrumar um emprego de vendedor.

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