Seis mulheres prestaram depoimento na polícia e afirmaram que o médico tentou abraçá-las e beijá-las durante as consultas. Defesa do médico disse que não foi notificada das investigações e que ele nega as acusações.
Um médico psiquiatra é investigado pela Delegacia da Mulher de Marília (SP) por suspeita de importunação sexual. Seis mulheres já prestaram depoimento e afirmaram que o médico tentou abraçá-las e beijá-las durante as consultas.
A delegada Darlene Rocha é a responsável pelas investigações e disse que os relatos são semelhantes. As denúncias apontam que os abusos teriam acontecido durante as consultas, no consultório particular do médico.
“Elas chegam muito abaladas, até porque elas se sentem culpadas pelo ato. São pessoas que procuram um psiquiatra pra ser atendida corretamente e acontece esse tipo de situação. Todas relataram que no final da consulta, tinha um abraço mais acalorado, tentativa de beijo, tentativa de lambida. E durante a consulta, ele falava coisas de cunho sexual, que deixava as vítimas mais constrangidas ainda”, conta a delegada.
Uma das vítimas contou que, ao chegar para a consulta, foi recebida com um abraço. Sem se identificar, ela contou como tudo aconteceu para reportagem da TV TEM.
“No momento em que a gente se dirigia para porta foi quando ele me abraçou e me deu um beijo na boca, mas eu virei o rosto e ele ficou beijando o meu pescoço dizendo que eu era cheirosa. Eu fiquei sem reação. Eu me afastei dele naquele momento e eu olhei o profissional. Em que eu olhei, ele perguntou se eu era tímida. Eu fiquei sem reação, não sabia o que responder e eu só queria sair daquele atendimento. Eu estava indignada com aquilo.”
O caso ganhou repercussão depois que uma das vítimas foi até a imprensa e relatou que aconteceu. Após isso, outras cinco mulheres foram até a Delegacia da Mulher prestar depoimento.
A delegada disse que com a repercussão do caso, novas denúncias podem surgir e é importante que as vítimas procurem a DDM.
“Nós estamos tendo cautela devido às vítimas, que estão abaladas. Então, nós demoramos um pouco nas oitivas. Muitas chegam a passar mal durante a oitiva. Então, a gente para, espera elas recobrar, voltar. Então, demora um pouco, mas o inquérito está caminhando”, completa a delegada.
A reportagem da TV TEM entrou em contato com o psiquiatra suspeito pelos atos de importunação sexual e, segundo a defesa dele, ele ainda não foi notificado oficialmente sobre as denúncias. A defesa informou ainda que aguarda o andamento das investigações para se manifestar e que o médico nega as acusações.
Vítimas relataram situações de importunação sexual envolvendo o médico psiquiatra em Marília — Foto: TV TEM/ Reprodução
