
Na quarta-feira, 19, foi realizada na escola estadual PEI Orlando Quagliato, uma festa em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em todo o Brasil na quinta-feira, 20.
A festa fez parte do Projeto ‘Identidade’, nome dado em resumo pelas manifestações artísticas realizadas pelos alunos durante o ano letivo.

Neste ano, a PEI Orlando Quagliato trabalhou o movimento da escola antirracista, onde todo o corpo desenvolveu trabalho em sua área com este importante tema e a festa foi o fechamento do Projeto.
A festa foi composta por diversas atrações tais como: a trancista Talabi, que contou aos alunos, sua história de superação e resiliência de mulher preta e após sua fala, fez trança nagô em algumas alunas. Logo em seguida, houve a apresentação musical do conjunto “Clube do Choro”, que trouxe o melhor do Choro Brasileiro, e também tocaram junto com o grupo de pagode formado pelos alunos da escola. Após o almoço, aconteceu o show da banda Tons Afro, que contagiou os alunos com seu repertório composto por diversas músicas de origem africana.



Em seguida, o grupo ‘Ritmo Baiano’, representado pelo Mestre Briner e outros associados, fez uma aula de capoeira com os estudantes, mostrando um pouco mais sobre a ginga e contou a história da capoeira, e ao final, os alunos puderam jogar capoeira e aprender um pouco mais com o mestre.
O evento contou ainda com a apresentação dos alunos, que dançaram diversos ritmos musicais, tais como o Maculelê e o Frevo, entre outros.

Escola antirracista
Em entrevista ao Tribuna Ourinhense, a professora Paula Dias, falou sobre o projeto ‘Identidade’ que abordou a situação do negro no Brasil e o racismo ainda existente no país. “Esta festa que aconteceu na quarta-feira, 19, foi a culminância de várias ações que aconteceram durante todo o ano letivo, com todos os professores. Este ano trabalhamos este tema sendo dividido entre todos os professores. Cada professor, dentro da sua disciplina, ficou responsável por abordar o tema de uma forma singular. Por exemplo, o professor de Física abordou o tema das mulheres negras físicas, que transformam este cenário. O objetivo é que os alunos entendam que isto não é responsabilidade de uma pessoa, mas sim de todos. Uma escola antirracista, uma sociedade antirracista é uma responsabilidade de todas as pessoas que fazem parte da comunidade, seja escolar ou em qualquer espaço ou lugar. Esse foi nosso objetivo ao realizar esse projeto, pois sabemos que a situação do negro no Brasil ainda é muito precária, que a equidade está muito longe de acontecer, e em nossa escola fizemos este trabalho com todos os alunos, desde o 2º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, atingindo assim tanto as crianças como os adolescentes. A criança não nasce racista, se torna racista, então se dentro da escola quebramos esse paradigma, a minha criança para quem dou aula, já vai ajudar a construir uma sociedade um pouco melhor. O grande objetivo do nosso projeto é desmistificar essa história de só lembrar do racismo no dia 20 de novembro, mas sim falar sobre isso todos os dias, durante o ano letivo, pois é dentro de uma escola antirracista é que vou ajudar a construir uma sociedade antirracista”, explicou.
















