região de Ourinhos tem 63 pequenos negócios no comércio varejista de produtos usados

O mercado de brechós vem ganhando destaque em todo país, com consumo de itens usados em alta. É o que mostra uma pesquisa feita pelo SEBRAE-SP, a partir do DataSebrae, com base em dados da receita Federal. Existem 7.348 negócios no comércio varejista de produtos usados em todo o estado de São Paulo, sendo que 5.211 (71%) são MEI, 1.879 (26%) são ME e 258 (3%) são EPP.
Na região de Ourinhos são 63 pequenos negócios no segmento. Destes, 51 são microempreendedores individuais, representando 80% do total no segmento, 11 (17,46%) são classificadas como microempresas (ME) e apenas uma (1,58%) é enquadrada como empresa de pequeno porte (EPP).
O crescimento desse mercado também é uma oportunidade para muitos MEI que começam a atividade como uma renda extra e logo se torna seu trabalho principal. É o caso de Keila Fernandes da Silva, do Brechó Baton Café, de Ourinhos. Ela trabalhava como auxiliar contábil em um escritório e, em 2022, abriu o brechó na sala de casa, atendendo os clientes após o horário comercial. No começo de 2025, ela mudou de empresa, mas, poucos meses depois, em abril, deixou seu emprego formal para se dedicar exclusivamente ao próprio negócio. Hoje, além de atender na loja física, vende online, por meio das redes sociais, e participa de feiras.
“O brechó é uma paixão da minha vida. Quando tomei essa decisão, me perguntei o que eu queria de verdade. Se era ficar trabalhando atrás de uma mesa ou continuar com o brechó. Escolhi o brechó porque é um trabalho que me identifiquei muito, eu gosto dessa causa da moda sustentável, do consumo consciente. Era uma coisa que me fazia feliz aos fins de semana. Tomei a decisão de optar pelo que poderia me fazer feliz todos os dias e encarei esse desafio. Foi a melhor decisão”, afirmou.
“Acredito que este é um negócio pouco representativo na nossa região, mas com um potencial incrível. Vale ressaltar que, nessa pesquisa, não foram contabilizadas compras de itens usados feitas por meio de marketplaces como o próprio Facebook, por exemplo. Na economia atual, as pessoas tendem a segurar mais os gastos, e começa a ser chique comprar produtos com ‘história’, que talvez estejam retornando para o ciclo atual da moda”, opinou Leandro Lourenço da Silva, gerente do Escritório Regional do Sebrae-SP em Ourinhos.

Além do levantamento da quantidade de negócios no estado, o Sebrae-SP entrevistou 400 pessoas para entender as preferências dos consumidores de brechós. Aproximadamente 50% das pessoas compram vestuário (masculino e feminino). 46% adquirem calçados (tênis, sandálias, botas), 43% procuram por acessórios (bolsas, bijuterias, óculos) e 42% dos entrevistados buscam por roupas de grife/alta qualidade.
Em média, 4 em cada 10 dos entrevistados costumam gastar entre R$ 50,00 e R$ 100,00 (41%), seguido pelos que gastam entre R$ 100,00 e R$ 500,00 (28%).
Os principais motivos que levam os entrevistados a comprarem em brechós são os preços mais baixos (71%), a qualidade dos produtos (45%) e a sustentabilidade aliada ao consumo consciente (43%). Quanto à frequência de compra, 32% dos entrevistados costumam comprar em brechós a cada dois meses – em média 6 compras por ano, seguido por 22% dos que compram duas vezes por semestre, ou seja, 2 compras por ano.
A ampla maioria dos consumidores (84%) realiza compras em brechós físicos, sendo que 46% dos consumidores compram em feiras, bazares e eventos de brechós. 60% dos entrevistados afirmaram que não vendem produtos em brechós, limitando-se apenas à compra.