Transição de estações terá picos de calor, breves quedas de temperatura e baixa umidade no interior de SP

Oscilações climáticas podem agravar doenças respiratórias. Defesa Civil e especialista reforçam a importância dos cuidados durante este período.

Oscilações climáticas podem agravar doenças respiratórias — Foto: Acervo EP

Setembro de 2025 será marcado por uma transição gradual entre o inverno e a primavera, com predomínio de tempo seco e altas temperaturas no interior do estado de São Paulo, principalmente na primeira quinzena. Esse período pode provocar e agravar problemas respiratórios.

Os dados são resultado de estudo realizado pelos meteorologistas do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil do Estado de São Paulo.


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Nas regiões de presidente Prudente (SP)eMarília (SP), o estudo indica picos de calor entre os dias 7 e 9. As primeiras pancadas de chuva devem ocorrer na segunda semana do mês. Instabilidades no tempo são previstas para a segunda quinzena de setembro.

Já para as regiões de São José do Rio PretoBauruAraçatuba e Sorocaba, a previsão indica que a umidade do ar pode cair abaixo de 20% entre os dias 8 e 9. Nos dias seguintes haverá breve queda de temperaturas.

Presidente Prudente (SP) terá picos de calor entre os dias 7 e 9 de setembro — Foto: Stephanie Fonseca/g1

Transição de estações

Conforme a Defesa Civil, esse período representa o encerramento da fase mais seca do inverno, caracterizada por ar frio e baixa umidade, e a retomada progressiva de umidade e precipitações típicas da primavera.

A circulação de ventos passa a favorecer maior transporte de umidade, ampliando a ocorrência de pancadas irregulares de chuva, muitas vezes fortes e acompanhadas de trovoadas. Esse novo padrão tende a se intensificar em outubro, consolidando o início do período chuvoso.

Outro fator a ser considerado é a possível influência do fenômeno La Niña, que pode modular a distribuição de chuvas e temperaturas em São Paulo, especialmente no decorrer da primavera.

As oscilações climáticas podem agravar doenças respiratórias, principalmente relacionadas à baixa umidade. “As principais infecções das vias aéreas superiores são as gripes, resfriados comuns, rinossinusites e também da via aérea inferior, pneumonia”, disse o médico pneumologista Osvaldo Saraiva.

Mas por que o clima afeta nossa saúde? O pneumologista explicou que a função das vias aéreas, principalmente as superiores, é umidificar o ar, aquecer o ar e filtrar o ar que vai para o pulmão, onde há a troca de gás carbônico por oxigênio.

“Por causa dessa umidade muito baixa, o nariz e a rinofaringe acabam trabalhando de uma forma muito acentuada, fazendo a descompensação principalmente de doenças como asma, bronquite e rinite. É muito importante que nesse período do ano você passe por uma avaliação médica para justamente avaliar o controle desse quadro”, orientou o médico.

Pessoas que têm alguma doença respiratória prévia são mais propensas à infecção respiratória, que pode ser agravada. Por isso, para prevenir problemas, principalmente nesse período do ano, é importante ir ao médico para avaliação.

Se o paciente já tiver alguma doença prévia, é prudente ter certeza de que ela está controlada e, se possível, antecipar uma estratégia para minimizar o impacto que as mudanças climáticas provocam nesse período do ano.

“Como a gente está numa umidade do ar relativamente muito baixa, é extremamente importante a aplicação de soro fisiológico com muita frequência no nariz para hidratar e para limpar essa via aérea”, ensina o especialista.

O médico ainda orienta fazer uso das medicações de controle da doença respiratória e manter o calendário vacinal em dia, fazendo com que amenize ou evite infecções tradicionais dessa época do ano. “São dicas importantes, além da prática de atividade física, que combate e é preventivo para todas as doenças”, alertou Saraiva.

região de Sorocaba se destaca como área de transição, antecipando o retorno da umidade — Foto: Prefeitura de Sorocaba/Divulgação

Previsões para setembro

Regiões de Marília, Presidente Prudente e Itapeva (Faixa Sudoeste e Sul)

O sudoeste e sul do Estado terão comportamento climático distinto, influenciado pela chegada de frentes frias mais intensas vindas do Sul do Brasil.

  • Entre os dias 1º e 10: ausência de chuva e máximas de 30°C a 35°C, com pico de calor entre os dias 7 e 9.
  • Entre 18 e 20: primeiras pancadas isoladas, ainda de baixo volume.
  • Entre 22 e 25: novos episódios de instabilidade, mas ainda fracos.
  • Fim do mês (26 a 30): aumento da instabilidade, com chuvas mais frequentes e risco de temporais, raios, ventos e até granizo, sobretudo no dia 27.

Presidente Prudente deve registrar as tardes mais quentes, Marília apresentará quedas de temperatura mais perceptíveis e Itapeva terá noites mais frias e maior chance de neblina e instabilidade no fim do mês.

Regiões de São José do Rio Preto, Araçatuba, Bauru e Sorocaba (Interior Norte, Centro, Noroeste e Oeste)

Essas regiões apresentam padrão mais homogêneo, típico do interior paulista nesta época, com calor, baixa umidade e grande amplitude térmica.


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  • Entre os dias 1º e 10: máximas entre 33°C e 36°C, com destaque para os dias 8 e 9, quando a umidade pode cair abaixo de 20%.
  • Após o dia 11: breve queda nas temperaturas, sem avanço significativo de umidade.
  • Entre 13 e 17: forte amplitude térmica em cidades como Franca, Barretos e Ribeirão Preto, com umidade chegando a valores críticos próximos a 12%.
  • Entre 16 e 20: primeiras pancadas isoladas, mais perceptíveis em Campinas e Sorocaba.
  • Fim do mês (25 a 30): instabilidade mais significativa, com o dia 30 despontando como o mais chuvoso do período, especialmente em Araraquara, Campinas e Sorocaba.

A região de Sorocaba se destaca como área de transição, antecipando o retorno da umidade, enquanto São José do Rio Preto e Araçatuba devem sentir os efeitos da primavera apenas no fim de setembro.


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Em resumo, de acordo com estudo do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil:

  • Primeira quinzena: predomínio de calor e tempo seco, com umidade em níveis críticos no interior.
  • Segunda quinzena: retorno gradual das chuvas, ainda de forma isolada e irregular.
  • Fim do mês: maior instabilidade, com volumes mais expressivos no litoral e áreas do centro-leste do estado, enquanto o interior experimenta temporais localizados.

“A Defesa Civil reforça a importância de cuidados durante este período: evitar queimadas, manter a hidratação, proteger-se do calor e acompanhar os alertas emitidos pelo órgão, especialmente no fim do mês, quando aumenta o risco de eventos meteorológicos adversos”, alertou.

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