Vizinho acusado de matar e esquartejar menino de 10 anos em Assis vai a júri popular

Mateus Bernardo Valim de Oliveira, de 10 anos, saiu de casa no dia 11 de dezembro de 2024 de bicicleta, em Assis (SP), e não retornou. O acusado, Luis Fernando Silla de Almeida, era vizinho da vítima e aguarda o julgamento na prisão.

Mateus Bernardo Valim tinha 10 anos, saiu para andar de bicicleta e não retornou mais — Foto: Arquivo pessoal

Luis Fernando Silla de Almeida, de 46 anos, acusado de matar e esquartejar o menino Mateus Bernardo Valim de Oliveira, de 10 anos, em Assis (SP), vai a júri popular. A decisão do Tribunal de justiça do Estado de SP (TJ-SP) foi publicada na terça-feira (20) e anexada ao processo que corre em segredo de justiça.

O réu é apontado como autor dos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e meio cruel, meio que impossibilitou a defesa da vítima, ocultação de cadáver, estupro de vulnerável e fornecimento de bebida alcóolica a criança/adolescente.

A investigação da polícia Civil sobre o caso foi concluída no final de fevereiro deste ano. De acordo com o inquérito, o acusado, que era vizinho da vítima e está preso desde o dia 17 de dezembro, quando o corpo de Mateus foi encontrado, agiu sozinho e praticou o crime após uma tentativa de abuso sexual contra o menino.


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Vizinho suspeito de matar menino em Assis (SP) voltou para casa pegar uma serra que usou para esquartejar o corpo do garoto — Foto: Reprodução

Apesar das análises periciais no corpo da criança não apresentarem provas de abuso sexual, a polícia concluiu que, quando o suspeito levou Mateus até o local do crime sob o pretexto de fazer um piquenique, Luis Fernando tentou abusar sexualmente do garoto, que reagiu, motivando as agressões.


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Tiago Bergamo, delegado responsável pelo caso, já havia afirmado, durante uma coletiva de imprensa, que o suspeito tinha relatado sobre esse desentendimento: “Um arremessou pedras no outro, até que ele arremessou uma pedra na criança, e percebeu, depois ali, que ela já estava sem vida”.

O suspeito, para tentar escapar do crime, esquartejou a vítima e, apesar dos esforços, não foram encontradas todas as partes do corpo de Mateus, que foi enterrado no dia 20 de dezembro por decisão da família.

A prisão temporária do acusado foi convertida em preventiva. Desde então, Luis Fernando aguarda o julgamento na cadeia.

Relembre o caso

Mateus desapareceu no dia 11 de dezembro, após sair de casa para passear de bicicleta pela vizinhança, no bairro Vila Glória, em Assis.

Imagens de câmeras de segurança registraram o menino pedalando sozinho pela Rua André Perini, cerca de um quilômetro do local onde seu corpo foi localizado.

No vídeo, Mateus aparece vestindo uma camiseta azul e shorts, sem ser abordado por ninguém. No entanto, no dia 16 de dezembro, a polícia teve acesso a outras imagens que mostram o garoto acompanhado do suspeito na região da área de mata.

Investigação e prisão

Luis Fernando Silla de Almeida, vizinho da vítima, foi ouvido pela polícia na manhã do dia 17 de dezembro, junto com outras sete testemunhas.

Durante o depoimento, ele apresentou versões contraditórias, o que levantou suspeitas. O homem foi liberado após prestar depoimento, mas acabou sendo preso em sua casa no mesmo dia, depois que o corpo do menino foi encontrado.

Confissão

Durante depoimento, o suspeito confessou o homicídio e detalhou que levou o menino ao rio na área de mata, onde ocorreram “agressões”.

Ele afirmou que arremessou uma pedra em Mateus, causando sua morte, e que voltou para casa para buscar uma serra, com a qual desmembrou o corpo da crian

Após a prisão, a polícia fez novas buscas na casa do suspeito e encontrou animais mortos no local.

Relação de Mateus com o suspeito


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Segundo as investigações, Mateus frequentava a casa de Luis Fernando, onde eles consertavam bicicletas juntos. Ainda conforme a polícia, o ato do suspeito de ajudar crianças com esses consertos era comum.

Durante coletiva de imprensa no dia 18 de dezembro, o delegado Tiago Bergamo descreveu essa relação de proximidade do suspeito com a vítima como um “cavalo de Tróia”.

A expressão vem da mitologia grega: os gregos escondiam soldados dentro de um cavalo de madeira para enganar os troianos e invadir a cidade. No contexto do caso, o suspeito teria, segundo o delegado, se aproximado da família de forma confiável, mas com intenções suspeitas.

O delegado também revelou que, ao confessar o homicídio aos policiais, o vizinho disse ter ouvido vozes que o incentivaram a cometer o crime e que sentia inveja da alegria das crianças do bairro, motivo pelo qual buscava se aproximar delas.

Além disso, ainda segundo o delegado, Luis Fernando afirmou que costumava frequentar o local onde o corpo foi encontrado com a vítima e até com sua família, dizendo que iriam nadar e passar o dia juntos.

“O suspeito já havia frequentado a área de mata outras vezes com a família do Mateus. Ele relatou que disse ao menino que iriam conversar e que já tinham nadado naquele rio em ocasiões anteriores. Provavelmente, essa foi a justificativa usada para atrair a criança ao local”, disse o delegado.

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